O GRANDE VINHO DA CAMPANHA
FlávioMPinto
Já chegou a hora de dar um nome ao grande vinho da campanha.
Estamos acostumados aos rótulos bordaleses de “Gran Vin de Bordeaux”, e não
seria estranho a região nominar seu expoente, embora os franceses tenham quase
2 mil anos de cultivo e nós pouco mais de 50.
Considerando ainda que não se tem um blend típico da fronteira, a
região da Campanha teria de escolher um representante. Uma uva, para início.
Pode ser uma tinta e outra branca.
Produção aliada a aceitação popular, entenda-se volume de
vendas, seria o parâmetro para tal, considerando que o forte da produção é de
vinhos varietais, monocastas.
A meu ver teríamos a concorrer as tradicionais Merlot,
Cabernet Sauvignon e Tannat entre as tintas e a Chardonay , incontestável nas
brancas ante o sucesso dos espumantes da região da Campanha.
Um terroir sempre é identificado por uma uva ícone em
qualquer parte do mundo. Esta serve de guia para o vinho ícone, seja ele
varietal ou blend. A partir daí teríamos um projeto de AOC, Appellation
d’Origen Controlée, como bem definem os franceses seus vinhos de origem
localizada , reconhecida e certificada.
Agrega-se a isso o tipo de vinho mais conhecido e que faz a
cara do lugar. A Almadén já fez isso, visionariamente, a mais de 30 anos.
A região da Campanha ainda é uma região nova para produção
de vinhos finos, mas já possui suficiente personalidade pelo que produz.
Quem tomaria a iniciativa de propor?