QUANDO O VINHO CHORA!
FlávioMPinto
Os portugueses dizem: "se não chora o vinho, choro eu!"
Mas vinho chora?
Sim, faz parte do ritual rodar-se o líquido na taça ou incliná-la e deixá-lo descer em gotas pelas paredes da taça até o encontro do que restou .
São as lágrimas que devem descer.
Diz a boa técnica que vinhos de baixo teor alcoólico tem poucas lágrimas, pouco corpo e portanto, são “bobos”. Quem degusta um vinho e pressente isso fica triste, pois não se defronta com um vinho vibrante, encorpado. Um vinho que pese na língua deixando sua marca, sua presença.
Esse encorpamento faz parte da personalidade do vinho. Sua presença é uma demarcação de território. Quanto mais personalidade mais apraz degustá-lo.
Curtir vinhos é uma arte. E o aparecimento das lágrimas na hora de conferirmos um vinho desconhecido é sempre bem-vinda. Não vou fazer isso com um Château Lafite. Seria um sacrilégio.
Quanto maior o teor alcoólico mais devagar descerão as lágrimas. E mais felizes ficaremos em vê-las descer modorramente.
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