domingo, 17 de julho de 2011

LÉGENDE


LÉGENDE- a visita de um nobre Rothschild
FlavioMPinto
Ter um Rothschild para desfrutar é um prazer para poucos. Desde o mais simples Mouton Cadet aos sofisticados Lafite.
No rótulo do  Légende  Médoc 2008, da Domaine Baron Philipe de Rothschild, collection LAFITE,  temos:
L’alliance d’um savoir-faire ancestral et d’um esprit d’haujourd’hui, le reflet de la culture et de l’exigence des plus prestigieux terroirs.”
Assim encarei o Légende com toda pompa que tinha direito. Era um Rothschild a enfrentar com toda sua tradição no mundo dos vinhos nobres. O mais nobre dos nobres. Um Rothschild com toda sua história de Bordeaux nas costas. Poderia deixá-lo mais uns tempos na sua letargia, mas o despertei.
Um perfeito assemblage de Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot e com a  Petit Verdot  se revelando categoricamente. O buquê já denuncia sua origem de Bordeaux com aromas de groselha,  ervas finas e flores.
Na boca, revela toques de cedro e tabaco bem definidos e que lhe dão a origem como um legítimo e nobre representante definitivo de Pauillac, região que produz os melhores vinhos do Médoc .  Sua graduação alcoólica-13%- que seca a boca, representa mais do que isso dando-lhe  um outro aspecto mais agressivo. Marcante a presença da Petit Verdot. No entanto, não deixa de ser um vinho elegante e de grande persistência e suavidade no final.
Potente, de corpo pronunciado. Marcante. Um grande vinho.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A TRAVESSA

A TRAVESSA
FlavioMPinto
Em Julho de 2011, tivemos a oportunidade de, em Lisboa,  jantar no restaurante A TRAVESSA. É um restaurante existente a 30 anos e a 10 instalado num antigo convento na Travessa das Bernardas-bairro Mandragoa em Lisboa. Uma rua- travessa-, para não dizer um beco,  difícil de ser encontrada. É uma travessa típica lisboeta. Rua estreita, pequena e em L.  Escondida. O restaurante fica no número 12, sem acesso a carros e a maior referência é o Consulado da França. Para solucionar o problema da localização, eles dispõe uma Kombi que chamam de Pão de forma e levam os fregueses do largo do Vitorino Damasio ao destino.
Lá, numa paisagem arquitetônica medieval, degustamos um Bacalhau na Broa, feito com um bacalhau curtido a sete anos,  antecedido de uma entrada com acepipes tipicamente portugueses e um vinho moscatel Domingos Soares Francro, um Armagnac 1999. Belíssimo acompanhamento. Um detalhe: quando pedi o prato principal-o bacalhau, o maitre foi correndo chamar  o Sommelier para indicar um vinho. É que eu tinha pedido um tinto-Rubrica e por certo, o dono do lugar-o Antonio, achou não muito correto. O sommelier indicou um branco e reagi, pois não sou muito afeto a eles. Degusto tintos até com peixes e de brancos pouco, ou quase nada entendo. Mas fui convencido pelo jovem sommelier, um brasileiro chamado Julio, a aceitar pelas qualidades minerais do vinho que combinavam com o prato e a indicação do Dona Berta, um rabigato 2009 da região do Douro, não poderia ser melhor . Entendo que é mais fácil acertar na escolha dos brancos do que nos tintos e fui em frente.  Eu não bebo vinhos fora de casa, pois lá , certamente sei que estarão na temperatura adequada. Nos restaurantes brasileiros é um risco, mesmo naqueles que se dizem especialistas.  Por isso, acredito, sou meio reticente aos brancos, que devem ser servidos bem refrescados numa temperatura especialíssima. O que acontece na Europa, principalmente nos países tradicionalmente maiores produtores de vinho, como Portugal( é o 3º no mundo). Confiei na indicação e foi um belo jantar.
Culminamos o jantar com um doce a base de chocolate e um Porto branco doce de 10 anos Ferreira.
ATRAVESSA possui um site-www.atravessa.com e quem estiver em Lisboa pode fazer uma reserva pelos números constantes do site. Um excelente restaurante. Um pouco caro, mas cada centavo de euro é retribuído pelo ambiente amigável e acolhedor e a qualidade dos produtos e serviços.