segunda-feira, 7 de maio de 2018

VIÑAS CHACRAS RESERVA CABERNET SAUVIGNON 2015

VIÑAS CHACRAS RESERVA CABERNET SAUVIGNON 2015
FlávioMPinto
Este é mais um produto do Cesar Azevedo no exterior: agora no vale Central no Chile, um dos mais importantes terroirs daquele país.
Exprime bem a personalidade da Cabernet Sauvignon: aromas fortes de frutas vermelhas maduras, cor violeta forte e brilhante, lágrimas bem presentes anunciando sua untuosidade e vertente gastronômica.
Na boca, juntam-se avelãs, morangos maduros e especiarias aveludando o bouquet e o sabor do Viñas Chacras Reserva Cabernet Sauvignon. Simplesmente divino. 
Sua elegância é evidenciada no perfeito equilíbrio entre os taninos, acidez, teor alcoólico. Um cuidado extremo revelando a competência do enólogo.
Cálido, acolhedor, amigável.
Não passou por correção em barricas, o que evidencia a personalidade da cepa e capacidade do terroir.
Um vinho muito agradável de degustar.
Deixa um final longo.
Esta é a minha opinião. 

                                       

domingo, 6 de maio de 2018

EL MENDOCINO MALBEC 2017

EL MENDOCINO MALBEC 2017
FlávioMPinto
Um vinho feito por brasileiro na Argentina. César Azevedo, enólogo brasileiro de renome internacional, é um cidadão do mundo internacional do vinho, um brasileiro que se aventurou nos terroirs andinos e argentinos na busca da excelência para seus produtos.
Este EL MENDOCINO MALBEC 2017 é um dos frutos. Numa homenagem ao homem que fez de Mendoza uma das capitais mundiais do vinho, feito no terroir de Luján de Cuyo, nos apresenta uma bela face dos produtos daquela terra pertencente ao paralelo 31 S, que abriga a maioria dos terroirs dos melhores vinhos do planeta. 
O clima e a geologia favorecem e os enólogos competentes fazem escola.
E a DOC de Luján de Cuyo não faz por menos nos brindando com esse excelente produto.
É uma das melhores manifestações da cepa francesa que achou seu lar na Argentina. Escuro, rubi forte, cálido, acolhedor e fácil de degustar. Desce bem. Seu teor alcoólico de 13,6%!!! , oh, não dá ares de graça.
Aromas mesopotâmicos e resinados, e até de gasolina,  nos levam a um vinho grego numa degustação ás cegas. Mas é um sul-americano  muito bem apanhado e cuidadosamente feito por gente competente e que entende do riscado.
Elegante e muito equilibrado entre os taninos, acidez e  e alcool. É um vinho de guarda, sim, senhor, embora não tenha passado por estágios em barricas, para correção e reforço de seus predicados, mantendo os aromas e sabores da cepa. Por outro lado, é um vinho que deve ser apreciado por quem conhece o chão. Os aprendizes não o apreciarão na sua plenitude. 
Sabores de morangos e compotados de frutas negras e vermelhas apresentam-se com vigor também levando-nos a vinhos longevos italianos do Vale do Vêneto.
Deixa um final curto e marcante.

Esta é a minha opinião.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

CHAMPAGNE CAVE LIBERAL BRUT

CHAMPAGNE CAVE LIBERAL BRUT
FlávioMPinto

Um Champagne que nos oferece tudo que um bom espumante francês pode oferecer. A começar pela cor dourada e a fina perlage denunciando sua qualidade.
Vinificado de Chardonnay, o Blanc de blancs não nos decepciona.
Aromático, cor amarelo esverdeada característica da cepa, emite reflexos dourados brilhantes.
Não renega sua origem com um equilíbrio excelente entre o teor alcoólico e a acidez, refletindo na sua vertente gastronômica.
Foi degustado com uma feijoada numa harmonização de contraste muito feliz.

Esta é a minha opinião.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

ATER 2014 PRIMITIVO DA MANDURIA

ATER 2014 PRIMITIVO DA MANDURIA
FlávioMPinto
Um clássico italiano. A cepa Primitivo é um ícone da Manduria, região de 178 km2, que faz parte da Puglia no tendão de Aquiles da bota italiana. Na Italia ela, a Primitivo, é vinificada em tinto e na América,  ela é a Zinfandel, a queridinha da California em tintos bem claros quase rosé.
Vinho de cor clássica rubi forte, impenetrável, exala aromas animais, frutas silvestres negras e baunilhas bem maduras.
Na boca , aos aromas da baunilhas juntam-se os de ameixas vermelhas e cerejas maduras. 
Muito tânico com teor alcoólico de 14,5% demarcando território. Complexo e estruturado com destaque ao seu equilíbrio entre os taninos e o álcool.
Muito persistente com final de boca muito marcante.
Um vinho da elite italiana.
Deixa um final longo, duradouro.

Esta é a minha opinião.

domingo, 22 de abril de 2018

MAIS UMA DOS VINHOS!

MAIS UMA DOS VINHOS!
FlávioMPinto
Dias atrás fui surpreendido, numa degustação de vinhos, sobre um tema interessante: está ocorrendo um movimento contrário as grandes marcas mundiais e vinhos longevos de tradição. Ninguém sabe de onde surgiu.
É, surge cada uma a cada dia que passa, mas lutar-se contra o que é mais tradicional nesse mercado, que vive de tradição, para mim, beira insanidade.
As grandes marcas, os grandes châteaux franceses estão sendo brutalmente atacados, pela corrente contrária, com o argumento de que poucos vão comprar um vinho e não vão aguentar 20/30 anos para esperar que ele chegue ao seu potencial máximo para consumo!
Semana passada tive uma experiência interessante: fui degustar um vinho conhecido e não gostei. Vaticinei que a permanência nas barricas alterara brutalmente o caráter da cepa engarrafada e desvirtuara o produto. Pois bem. Arrolhei novamente e guardei. Não era um vinho de características longevas, muito menos constante dos portfólios de vinhos sofisticados que mereceriam uma decantação. Era um vinho simples desses encontrados em qualquer supermercado, mas com um preço pouco acima da média indicando sua qualidade.
Degustei quatro ou cinco dias depois e seu comportamento alterara-se brutalmente. Para melhor, claro.
Daí vem a comparação com os vinhos longevos franceses e italianos, principalmente. Essa espera faz a diferença e diferencia “os adultos das crianças”, como bem se diz nos ditos populares.
A oxigenação ou aeração é uma medida que só o tempo diz os benefícios que apresenta. O nosso paladar é que agradece! 
Vejamos, o mercado dos champanhes move-se pela marca! Ninguém se preocupa se ele foi produzido de Chardonnay, Pinot Meunier, Pinot Noir….O que importa é a marca que consegue produzir milhões de garrafas daquele líquido fantástico com mesmo nível de qualidade! 
Os borgonheses dominam todo o ciclo de produção dos espumantes franceses chegando ao ponto de limitar a data e fim da colheita e a quantidade de litros resultante da primeira prensagem. Numa Appellation todos seguem esse caminho em prol da manutenção histórica da qualidade. Tradicionais produtores seguem procedimentos rotineiros seculares com inegável aceitação do mercado.
Qual é a lógica de renegar procedimentos tradicionais dos produtores e chegar ao ponto de tentar conflitar procedimentos dos degustadores na busca de um melhor aproveitamento do produto?
Não tenho dúvidas que é uma guerra mercandológica e imediatista. 
Só quem entra nessa guerra é quem nunca  degustou um vinho longevo ou tem interesses inconfessos de mercantilizar seu vinho jovem.
Na Argentina, aconteceu fenômeno semelhante: tentaram desmistificar o consumo do vinho barateando-o e resumindo os requintes de degustação. O resultado é que lá o consumo baixou drasticamente,  de 58 para 18 litros per capita anual, tendo os consumidores passado para a cerveja! O tiro saiu pela culatra!
O vinho é um bem mundial e a bebida mais antiga da Humanidade, resguardada na presença nos cerimoniais mais antigos que se tem notícia.
Vinho é tradição, aristocracia, história, trabalho incansável na busca da qualidade. 

Vinho é a bebida dos reis e assim merece ser tratada.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

VENTISQUERO ALMA DE LOS ANDES SYRAH 2014

VENTISQUERO ALMA DE LOS ANDES SYRAH 2014
FlávioMPinto
 Um vinho muito agradável de degustar como a maioria dos chilenos de hoje.
A Syrah parece que se deu muito bem no vale do Apalta em Maipo e aí temos esse Alma de los Andes muito competitivo.
De cor púrpura bem definida e com lágrimas parcimoniosas , exala aromas frutados de frutas vermelhas bem vivas. 
Na boca os aromas se desfazem em frutas silvestres cálidas, mas não chegando a compotadas.
Medianamente encorpado é muito elegante com  equilíbrio na sua estrutura. Nada se apresenta como destaque, sendo seu equilíbrio o destaque.
Taninos bem domados e a passagem por madeira deu a suavidade necessária á Syrah do Alma de los Andes.
Sua acidez acentua sua vertente gastronômica.
Compotados e chocolates suaves se manifestam não incomodando os 13,5% de teor alcoólico que compõem o bem estruturado Alma de los Andes Syrah 2014.
Mais um chileno de respeito fortalecendo o intenso trabalho dos enólogos e vitivinicultores daquele país. 
Não podemos esquecer dos terroirs privilegiados das terras andinas. Tudo aliado a uma política de implantação de um agronegócio vinícola de vertente competitiva pela administração chilena a pouco, mais de 40 anos. O resultado está na nossa frente.
Deixa um final frutado e consistente.

Esta é a minha opinião.

MIOLO CABERNET SAUVIGNON RESERVA 2016

FlávioMPinto
Um vinho que me causou uma enorme surpresa. Na primeira investida não gostei. Achei-o tânico e muito aframboezado, talvez pela passagem excessiva na madeira. 
Bom, deixei-o decantar e sofrer uma boa oxigenação e o panorama mudou completamente. 
Após esse processo quase obrigatório em vinhos muito agressivos e longevos, o Miolo Cabernet Sauvignon 2016, embora não fosse agressivo na primeira investida,  se apresentou de outra forma.
Mais amigável, harmonioso, exalava aromas não de framboesas frescas, mas de mentolados e chocolates. Estava mais cálido e amigável, mais fácil de degustar ao se apresentar com todo seu potencial. 
Lágrimas pronunciadas denunciam sua untuosidade.
Na boca, os mentolados e chocolates surgem de prontidão anunciando o caráter do vinho.
Muito encorpado e com acidez acentuada também denunciando sua vocação gastronômica. Parece um vinho longevo ao apresentar também, traços fortes de balsâmicos e especiarias.
Uma complexidade de muito bom gosto. 
Um vinho para quem sabe manobrar com as qualidades apresentadas por um bom vinho e degustá-lo na sua melhor forma e não perder o dinheiro da compra.
Uma decantação obrigatoriamente deve ser feita ou abrí-lo e degustar 3 ou 4 dias depois, sob pena de não gostar do produto. 
Deixa um final de balsâmicos e comportados.



 Esta é a minha opinião.