quinta-feira, 21 de março de 2013

ALMADÉN VINHAS VELHAS TANNAT 2011


ALMADÉN VINHAS VELHAS TANNAT 2011

FlávioMPinto

A mídia muito “badalou” este vinho já desde seu pré-lançamento no Concurso de Bruxelas em 2011 em Livramento.

Um  vinho feito com todo carinho por quem já foi ícone no mercado de vinhos no Brasil. A Almadén, como a mostrar para sua controladora –a Miolo, que seu verdadeiro desígnio é a produção de vinhos ícones e não populares. O terroir indica isso. E o profissionalismo de seus integrantes também.

E a Almadén, com sua marca quase desaparecendo no rótulo,  queria mostrar que ainda sabe fazer vinhos de gabarito.

Ainda prematura sua degustação( o ideal seria daqui a uns 3 anos-safra 2011), no entanto mostrou-se pronto. Um Tannat bem típico, de cor quase negra pontificando aromas da casta, extraído de vinhas de mais de 35 anos, dos vinhedos mais antigos da Almadén. O que não dizer, então, se ainda restam, dos vinhedos antigos de Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Merlot e vinhas de uvas brancas da antiga National Distillers? Isso prova, mais uma vez o acerto daquela empresa no investimento no terroir santanense.

Escuro, característica da cepa, exalava aromas frutados.

Na boca, os sabores de amoras bem maduras, chocolate e tabaco, indicando sua passagem por 12 meses em barris de carvalho, foram se destacando. Não apresentou qualquer sinal de rugosidade e adstringência negativos. Dava para perceber até um toque de Bordeaux no seu sabor.

De corpo robusto, concentrado e com taninos bem resolvidos.

De boa persistência e final longo.

A Almadén, que conseguiu extrair o que de melhor existe no Tannat da Campanha,deu seu grito de sobrevivência.

 Um vinho complexo, muito elegante e moderno, que não parece um varietal, um monocasta. Fico a imaginar como seria um corte/assemblage desse vinho com Merlot e mesmo até com Cabernet Sauvignon ou Petit Verdot. Ou todas juntas. Bem bordalês.

Esta é a minha opinião.

quarta-feira, 20 de março de 2013

VINHO: CADA ASPIRADA, OU GOLE, UMA VIAGEM DE FANTASIAS!


VINHO: CADA ASPIRADA, OU GOLE, UMA VIAGEM DE FANTASIAS!

FlávioMPinto

O Universo de cada enófilo se expande a cada retirada de rolha, enchimento de taça e a chegada dos primeiros aromas de um vinho.

Ás vezes a espera é longa, mas reconfortante ao sentir-se os aromas e sabores de um bom vinho, tão aguardado quanto prazeroso. A degustação de um vinho é como uma viagem ás cegas: não se sabe em que estado ele se encontra, embora sejam tomados todos os cuidados para que chegue são e salvo. Eu mesmo tive uma experiência desastrosa com um Premier Gran Cru 2003 Saint Emillion , que se encontrava em petição de miséria ao ser degustado. Estava bem acondicionado, mas...agora temo pelos outros que restaram na adega.

E é por isso que o ritual de cada enófilo se repete a cada degustação. Sentir os aromas, surpreender-se positivamente, é a tônica. Surpreender-se e inebriar-se. É a ritualística que se segue a cada taça de vinho.

Pode ser até uma viagem no tempo caso nos importemos com a história do vinhedo, as uvas colhidas , a época que foi fabricado, as estórias que o envolvem o terroir. 

É um momento mágico no qual se espera tudo de bom.

terça-feira, 12 de março de 2013

CHATEAU FAURE-BEAUSEJOUR 2008


CHATEAU FAURE-BEAUSEJOUR 2008

FlávioMPinto

Já adiantando que não é uma safra das boas de Bordeaux, mas é um excelente vinho.

Composto por 80% de Merlot, 10 de Cabernet Franc e 10 de Cabernet Sauvignon, classifica-se como um legítimo representante do Dordogne. Vem da AOC Fronsac, perto de Saint Emillion e Liborne, a terra da Merlot.

É um vinho de cor viva, rubi, não deixando dúvidas, de cara,quanto sua origem. Aromas delicados e frutados de cerejas e framboesas enchem o nariz dando o cartão de visitas da Merlot.

Lágrimas delicadas e firmes, mas significativas, descem na taça indicando sua untuosidade e teor alcoólico de 13%. Na boca, ampla e vigorosa, as frutas se repetem, com destaque para framboesas, baunilha  e frutas cítricas silvestres e ainda morangos e cranberry. Não passa por madeira por muito tempo e isso está bem demarcado no vinho. Medianamente encorpado e tânico. Elegante e nobre. Um primor de finesse.

Deixa um final longo e prolongado. Excepcional vinho. Adquirido em Paris 5,99 euros em 2011. No Brasil, por sua qualidade, um equivalente custaria no mínimo 150 reais.

Esta é a minha opinião.

domingo, 3 de março de 2013

ALIOS DE SAINT MARIE 2006


ALIOS DE SAINTE MARIE 2006

FlávioMPinto

Do Château Saint Marie, de Entre- deux-Mers/Bordeaux, região que fica entre os rios Garonne e o Dordogne, possui blend típico da região: 78% de Merlot, 17% Cabernet Sauvignon, e 5% de Petit Verdot. Alios é o nome dado a um terreno constituído de pedras, areia, ferro, alumínio e manganês.

O Alios é um vinho europeu moderno. Um perfeito assemblage bordalês com tudo que tem de melhor. Um dos melhores vinhos que já degustei foi o Alios 2001. Pois achei-o em 2011 no Brasil, só que da safra 2006, na Importadora Vinci(www.vinci.com.br), a 97 reais.

Pela cor meio opaca quase , bordas atijolando-se, parecia já estar no seu declínio, mas na boca, após passar por um decantador, modificou-se o panorama. Mas não eram as mesmas sensações do 2001, degustado em 2011. O acento terroso do 2001 não se fez presente no 2006, que se apresentava um pouco  mais alcoólico.

Os aromas frutados ressurgem na boca, mas de frutas em compotas e até passas,dando ares que já estava em declínio.

Em suma, um vinho que já era, não estava na sua melhor forma.

Esta é a minha opinião.