FEIRA DE VINHOS NO GASÔMETRO-PORTO ALEGRE
FlávioMPinto
Como anualmente faço, compareci a Feira de Vinhos Gaúchos no Gasômetro- Porto Alegre, durante a semana dos vinhos gaúchos de 3 a 7 de Junho.
Sempre sigo um roteiro: num dia degusto espumantes, noutro brancos e no último os tintos. Converso com um atendente das vinícolas, converso com outros, sempre procurando aspectos interessantes sobre seus produtos. Os dois primeiros dias não foram agradáveis: chuva e frio,mesmo em local coberto, bem de acordo com o tradicional inverno gaúcho, mas nos demais o tempo limpou e as visitas foram mais agradáveis. A presença de público foi significativa.
Pouco mais de 20 vinícolas se apresentaram, num universo bem mais vasto de vinícolas gaúchas. Talvez tenham se afastado pelos preços cobrados para exposição dos produtos. Ou o espaço não abrigava mais estandes? Não basta pagarem 60% de impostos sobre o vinho? O que a IBRAVIN tem a dizer sobre isso?
Bom, mas vamos ao que interessa.
Quanto aos espumantes, pouca oferta e podemos destacar os produtos da Guatambu, muito a frente da concorrência em termos de qualidade. A vinícola de Dom Pedrito se apresentou muito bem. Os três principais, o Rosé Brut, o Nature e o Extra Brut deram um banho nos adversários. Ambos muito delicados, elegantes, fazem par também com os deliciosos e premiadíssimos espumantes da Campos de Cima, de Itaqui.
Dos brancos, nenhum me chamou a atenção. Em geral, se mostraram insípidos, pouco significativos nas amostras levadas á feira, com exceção do Terrasul Chardonnay 2014, de Pinheiro Machado, que embora jovem, deixou boa impressão.
Quanto aos tintos, como a separar as crianças dos adultos, a concorrência era maior e mais uma vez as vinícolas da Campanha se destacaram. Tanto a Guatambu como a Nova Aliança/Santa Colina , de Livramento, apresentaram com galhardia seus tintos com destaque para os Tannats, Merlot e Cabernet Sauvignon. A Guatambu nos brindou com um belíssimo assemblage de Tannat-Cabernet Sauvignon -Tempranillo, da linha Da Estância, uma grata surpresa, pois esta uva, a queridinha da Espanha, aos poucos vai mostrando sua real adaptação ao terroir dos Pampas e gerando ótimos varietais e assemblages, e a vinícola parece estar investindo nela. A Santa Colina apenas confirmou a excelência do terroir de Livramento com seus tintos corretos.
Infelizmente não pude degustar o Origem e o Assinatura, dois tintos dos novos lançamentos da Campos de Cima, por não estarem disponíveis para degustação.
Do saldo geral da feira, podemos destacar, e muito, a presença e a qualidade dos vinhos da Campanha que aos poucos vão ocupando lugar de valor na vitivinicultura brasileira.
Bom futuro os espera.
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