ÉLÉPHANT ROUGE 2011
FlávioMPinto
Depois de muita procura encontrei o Éléphant Rouge. Tempos
atrás, assisti uma palestra na Fundação ECARTA-Porto Alegre sobre vinhos da
França com Jean Claude Cara, um franco-brasileiro. Falou sobre seu sonho- um
vinho e a sua concretização com o lançamento do Éléphant safra 2008. O final da palestra foi só sobre sua criação:
um vinho feito á moda francesa no Vale dos Vinhedos nas instalações da Vinícola
Larentis. Isto , acredito, aguçou a curiosidade e motivou
a procura de exemplares por aqueles que gostam, não só de vinhos bons, mas de
raridades. Vinhos feitos á mão, de garagem, como que sob medida para o
apreciador exigente.
Achei-o em 2013, já da safra de 2011, na Vinho&Arte, na
Mucio Teixeira, 107 em Porto Alegre a 45 reais.
Como no rótulo não existem informações sobre as castas que o
compõem, vou partir verdadeiramente ás cegas para adivinhar. Tenho grande
possibilidade de acertar no atacado, embora seja um vinho feito á moda francesa-
assemblage, pois no Brasil só duas uvas tintas lideram, sejam blends sejam
varietais: Cabernet Sauvignon e Merlot. De acordo com o site oficial do vinho,
o da safra 2008, o primeiro, era composto por Cabernet Sauvignon, Merlot e
Pinotage. Vou confiar na minha sensibilidade. Este(2011) substitui a Pinotage
pela Alicante Bouschet, de acordo com os Sites da Adega Vinho Clic e da Sonoma.
De cor rubi, mostra sua presença já nos aromas sutis de
frutas vermelhas, groselhas, cerejas e framboesas. Algo de couro e tabaco,
muito pouco, revelando sua passagem por
madeira.Mas é na boca que o Éléphant se mostra como um todo. Bem Bordeaux.
Frutado, cítrico, complexo, com fortes nuances de framboesas
e groselhas, é um pouco picante, um quê diferente de eucalipto. Medianamente
encorpado e elegante. Um pouco adstringente e agressivo por sua jovialidade. Degustei-o
em duas oportunidades com 24 hs de diferença. Na segunda oportunidade, garrafa
já aberta, o vinho se mostrou completamente diferente, evoluindo bastante na
garrafa. Macio, sedoso, acolhedor, sem a agressividade do dia anterior. Um
outro vinho que mereceria outro post. Surpresa extremamente agradável e
prazerosa.
Continuou a se apresentar como um vinho complexo e bem
estruturado. E com um frescor ímpar.
Um vinho de autor exigente para pessoas exigentes. Não é
para muitos. Beba-o refrescado. Decante-o por no mínimo de duas horas. Pela
minha experiência, 24 hs(muito tempo, mas compensa).
Esta é a minha opinião.
-a foto é da Confraria do Sagu-Santa Cruz do Sul-RS