DALL’AGNOL DMD CABERNET SAUVIGNON 2005
FlávioMPinto
Este é um vinho casca grossa: já chega com a recomendação
que deve ser decantado por no mínimo de 10 hs. Êta colono duro de roer, já de
chegada, impondo condições para ser domado. Exagero do Irineo Dall' Agnol, enólogo e
proprietário.
É um remanescente da excelente safra de 2005, vem de Faria
Lemos, para início de conversa. Tem cancha. Feito através de uma técnica
desenvolvida pelo proprietário e enólogo chamada DMD- Dupla Maturação Direcionada,
na qual “além da maturação tecnológica natural da uva, provocar uma segunda
maturação através do corte de parte dos ramos que sustentam os cachos, provocando uma forte passificação das bagas
ainda no vinhedo”.
Como diz o rótulo- Um vinho especial para pessoas especiais.
De fato, a cor meio opaca com halos alaranjados já mostra um vinho que não é
jovem e merece cuidados especiais.
Desprende aromas fortes frutados de cerejas e de cassis além
de notas balsâmicas. Na boca, ás notas balsâmicas, juntam-se as de frutas
passificadas como ameixas pretas e figos secos. Remete-nos ao vale do Vêneto na
Itália com seus Amarones longevos. As passas são marcantes e reveladoras.
Não é muito untuoso e as lágrimas revelam isso. Medianamente
encorpado e de taninos bem domados e presentes. O teor alcoólico de 13,5% se faz presente.
Um vinho de exceção, diferente de tudo que se produzia e se
produz no Brasil.
Não é exagero do enólogo “pedir” para deixá-lo decantar por
mais de 10 hs. Fiz a experiência e o resultado foi assombroso. Na segunda rodada
surgiu um outro vinho maravilhoso. Continuou frutado, mas suave, redondo, macio. Com notas de
frutas em compotas e flores brancas.
Um vinho extremamente aconchegante e perfumado. Mas uma
bomba de cerejas e mirtilos doces e
suaves. Uma verdadeira delícia escondida na garrafa. Daí a preocupação do
enólogo.
Se não soubesse de antemão que era um Cabernet Sauvignon,
estaria quebrando a cabeça para saber qual casta era o vinho, tal a
complexidade de aromas e sabores evidenciados.
Deixa um final longo e marcante.
Um senhor vinho. Um vinho raro e de meditação. Irineo Dall’Agnol está de parabéns!
Esta é a minha opinião.
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