DUNAMIS COR MERLOT CABERNET 2012
FlávioMPinto
Um excelente vinho da vinícola de Dom Pedrito, região da Campanha gaúcha.
De cor violeta forte, exala aromas amadeirados, de hortelãs e algo de vegetais silvestres.
Lágrimas parcimoniosas indicando sua untuosidade.
Na boca, mentas se sobressaem com hortelãs além de frutados de framboesas e mirtilos.
Forte, tânico, apimentado, mentolado, alcoólico, deixa um rastro na sua passagem pela boca. Não passa desapercebido. Seus 12% de teor alcoólico, embora pouco para um tinto, são muito representativos.
A Merlot, no blend, não conseguiu acalmar a potência inicial da Cabernet Sauvignon.
A passagem por madeira deu sabores e aromas de tabaco e fortaleceu os taninos. Um vinho muito potente.
Deve ser decantado e oxigenado por umas duas horas para ser amansado. Aí uma pausa e uma grande surpresa: abra o Cor Merlot Cabernet e prove. Não comece a degustá-lo imediatamente após destampar a garrafa. Explico.
Como já disse acima, ele é forte, tânico e mentolado. Pois bem, deve ser acalmado nos seus arroubos. Deixe-o decantar e que seja aerado por umas duas horas num decantador, ou mesmo se não tiver esse recipiente, deixe-o destampado, por umas duas horas e veja o efeito.
O Cor se reapresentará suave, cálido, acolhedor, muito agradável de degustar após esse processo. Traços fortes de chocolates, ameixas negras, morangos e amoras maduras e até compotados de frutas vermelhas são muito bem representados nesta nova fase do Cor. Já havia degustado um vinho com essas mesmas nuances, por sinal da mesma região- um assemblage Merlot Cabernet Sauvignon, o RED da Routhier&Darricarrére, de Rosario do Sul, se bem que 60 km são distâncias interplanetárias para o mundo do vinho. É quase um Médoc de ponta a ponta. Mas me parece ser uma característica importante do terroir dos tintos daquela região da Campanha gaúcha: vinhos em camadas
Um vinho de 2012, mas com corpo e alma de 2018 tal sua juventude. É para poucos.
Deixa um final com compotados de frutas vermelhas.
Esta é a minha opinião.