quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O VINHO DE 100 DÓLARES

O VINHO DE 100 DÓLARES
FlávioMPinto
A muito tempo havia dito que jamais compraria um vinho caro. De 100 dólares, nem pensar.
Contudo, o tempo, nosso amigo de todas as paciências, a aquisição de conhecimentos na área me fizeram recuar no meu pensamento. Recuar no modo de dizer. O que tive foi um upgrade nas minhas escolhas.
Aos poucos fui comprando vinhos um pouquinho mais caros do que da última vez e , é claro, o paladar foi se apurando.
Posso garantir que ganhei um leque de opções que jamais havia imaginado. A todo preço para todas as ocasiões. Aliás, aprendi a me prevenir, por exemplo, desde que surpreendi minha mulher quase abrindo um Bordeaux para fazer molho. Guardo sempre um para tal. Me recordo de um caso que , um cidadão ao receber um vinho francês de aniversário, comentou que sua mulher faria um “baita de um sagu com ele”.
Os vinhos mais caros são mais complexos, mais estruturados, nos levam mais longe na imaginação.E deixam rastros. Lembranças. Muitas saudades. Tem história.
Você já se imaginou bebendo um Mouton Cadet Réserve? Um Brunello di Montalcino? Um Barbaresco? Ou dirigindo uma Ferrari ou um Rols Royce?
Daí os grandes vinhos custarem caro, muito caro.
Dizer que vale a pena degustar essas iguarias é como cada um medir o tamanho de suas possibilidades, da sua capacidade de enfrentamento.
Um vinho bom necessariamente não é caro. O vinho ótimo é aquele que nos agrada em cheio e satisfaz plenamente em cada ocasião.
Eu mesmo, estou guardando um Château Margaux para meu aniversário . O preço não digo para não me chamarem de exibido.
Acredito que momentos especiais valem por cada centavo pago no vinho especial. São momentos inesquecíveis. E devemos estar preparados para eles.
Veja que temos um longo caminho antes de chegar a um vinho de 100 dólares.
Isso para quem quer viver o momento, o vinho. Quem não quer ou não sente nada, simplesmente vá na loja, pague e beba tal qual um copo de água!

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