segunda-feira, 7 de maio de 2018

VIÑAS CHACRAS RESERVA CABERNET SAUVIGNON 2015

VIÑAS CHACRAS RESERVA CABERNET SAUVIGNON 2015
FlávioMPinto
Este é mais um produto do Cesar Azevedo no exterior: agora no vale Central no Chile, um dos mais importantes terroirs daquele país.
Exprime bem a personalidade da Cabernet Sauvignon: aromas fortes de frutas vermelhas maduras, cor violeta forte e brilhante, lágrimas bem presentes anunciando sua untuosidade e vertente gastronômica.
Na boca, juntam-se avelãs, morangos maduros e especiarias aveludando o bouquet e o sabor do Viñas Chacras Reserva Cabernet Sauvignon. Simplesmente divino. 
Sua elegância é evidenciada no perfeito equilíbrio entre os taninos, acidez, teor alcoólico. Um cuidado extremo revelando a competência do enólogo.
Cálido, acolhedor, amigável.
Não passou por correção em barricas, o que evidencia a personalidade da cepa e capacidade do terroir.
Um vinho muito agradável de degustar.
Deixa um final longo.
Esta é a minha opinião. 

                                       

domingo, 6 de maio de 2018

EL MENDOCINO MALBEC 2017

EL MENDOCINO MALBEC 2017
FlávioMPinto
Um vinho feito por brasileiro na Argentina. César Azevedo, enólogo brasileiro de renome internacional, é um cidadão do mundo internacional do vinho, um brasileiro que se aventurou nos terroirs andinos e argentinos na busca da excelência para seus produtos.
Este EL MENDOCINO MALBEC 2017 é um dos frutos. Numa homenagem ao homem que fez de Mendoza uma das capitais mundiais do vinho, feito no terroir de Luján de Cuyo, nos apresenta uma bela face dos produtos daquela terra pertencente ao paralelo 31 S, que abriga a maioria dos terroirs dos melhores vinhos do planeta. 
O clima e a geologia favorecem e os enólogos competentes fazem escola.
E a DOC de Luján de Cuyo não faz por menos nos brindando com esse excelente produto.
É uma das melhores manifestações da cepa francesa que achou seu lar na Argentina. Escuro, rubi forte, cálido, acolhedor e fácil de degustar. Desce bem. Seu teor alcoólico de 13,6%!!! , oh, não dá ares de graça.
Aromas mesopotâmicos e resinados, e até de gasolina,  nos levam a um vinho grego numa degustação ás cegas. Mas é um sul-americano  muito bem apanhado e cuidadosamente feito por gente competente e que entende do riscado.
Elegante e muito equilibrado entre os taninos, acidez e  e alcool. É um vinho de guarda, sim, senhor, embora não tenha passado por estágios em barricas, para correção e reforço de seus predicados, mantendo os aromas e sabores da cepa. Por outro lado, é um vinho que deve ser apreciado por quem conhece o chão. Os aprendizes não o apreciarão na sua plenitude. 
Sabores de morangos e compotados de frutas negras e vermelhas apresentam-se com vigor também levando-nos a vinhos longevos italianos do Vale do Vêneto.
Deixa um final curto e marcante.

Esta é a minha opinião.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

CHAMPAGNE CAVE LIBERAL BRUT

CHAMPAGNE CAVE LIBERAL BRUT
FlávioMPinto

Um Champagne que nos oferece tudo que um bom espumante francês pode oferecer. A começar pela cor dourada e a fina perlage denunciando sua qualidade.
Vinificado de Chardonnay, o Blanc de blancs não nos decepciona.
Aromático, cor amarelo esverdeada característica da cepa, emite reflexos dourados brilhantes.
Não renega sua origem com um equilíbrio excelente entre o teor alcoólico e a acidez, refletindo na sua vertente gastronômica.
Foi degustado com uma feijoada numa harmonização de contraste muito feliz.

Esta é a minha opinião.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

ATER 2014 PRIMITIVO DA MANDURIA

ATER 2014 PRIMITIVO DA MANDURIA
FlávioMPinto
Um clássico italiano. A cepa Primitivo é um ícone da Manduria, região de 178 km2, que faz parte da Puglia no tendão de Aquiles da bota italiana. Na Italia ela, a Primitivo, é vinificada em tinto e na América,  ela é a Zinfandel, a queridinha da California em tintos bem claros quase rosé.
Vinho de cor clássica rubi forte, impenetrável, exala aromas animais, frutas silvestres negras e baunilhas bem maduras.
Na boca , aos aromas da baunilhas juntam-se os de ameixas vermelhas e cerejas maduras. 
Muito tânico com teor alcoólico de 14,5% demarcando território. Complexo e estruturado com destaque ao seu equilíbrio entre os taninos e o álcool.
Muito persistente com final de boca muito marcante.
Um vinho da elite italiana.
Deixa um final longo, duradouro.

Esta é a minha opinião.

domingo, 22 de abril de 2018

MAIS UMA DOS VINHOS!

MAIS UMA DOS VINHOS!
FlávioMPinto
Dias atrás fui surpreendido, numa degustação de vinhos, sobre um tema interessante: está ocorrendo um movimento contrário as grandes marcas mundiais e vinhos longevos de tradição. Ninguém sabe de onde surgiu.
É, surge cada uma a cada dia que passa, mas lutar-se contra o que é mais tradicional nesse mercado, que vive de tradição, para mim, beira insanidade.
As grandes marcas, os grandes châteaux franceses estão sendo brutalmente atacados, pela corrente contrária, com o argumento de que poucos vão comprar um vinho e não vão aguentar 20/30 anos para esperar que ele chegue ao seu potencial máximo para consumo!
Semana passada tive uma experiência interessante: fui degustar um vinho conhecido e não gostei. Vaticinei que a permanência nas barricas alterara brutalmente o caráter da cepa engarrafada e desvirtuara o produto. Pois bem. Arrolhei novamente e guardei. Não era um vinho de características longevas, muito menos constante dos portfólios de vinhos sofisticados que mereceriam uma decantação. Era um vinho simples desses encontrados em qualquer supermercado, mas com um preço pouco acima da média indicando sua qualidade.
Degustei quatro ou cinco dias depois e seu comportamento alterara-se brutalmente. Para melhor, claro.
Daí vem a comparação com os vinhos longevos franceses e italianos, principalmente. Essa espera faz a diferença e diferencia “os adultos das crianças”, como bem se diz nos ditos populares.
A oxigenação ou aeração é uma medida que só o tempo diz os benefícios que apresenta. O nosso paladar é que agradece! 
Vejamos, o mercado dos champanhes move-se pela marca! Ninguém se preocupa se ele foi produzido de Chardonnay, Pinot Meunier, Pinot Noir….O que importa é a marca que consegue produzir milhões de garrafas daquele líquido fantástico com mesmo nível de qualidade! 
Os borgonheses dominam todo o ciclo de produção dos espumantes franceses chegando ao ponto de limitar a data e fim da colheita e a quantidade de litros resultante da primeira prensagem. Numa Appellation todos seguem esse caminho em prol da manutenção histórica da qualidade. Tradicionais produtores seguem procedimentos rotineiros seculares com inegável aceitação do mercado.
Qual é a lógica de renegar procedimentos tradicionais dos produtores e chegar ao ponto de tentar conflitar procedimentos dos degustadores na busca de um melhor aproveitamento do produto?
Não tenho dúvidas que é uma guerra mercandológica e imediatista. 
Só quem entra nessa guerra é quem nunca  degustou um vinho longevo ou tem interesses inconfessos de mercantilizar seu vinho jovem.
Na Argentina, aconteceu fenômeno semelhante: tentaram desmistificar o consumo do vinho barateando-o e resumindo os requintes de degustação. O resultado é que lá o consumo baixou drasticamente,  de 58 para 18 litros per capita anual, tendo os consumidores passado para a cerveja! O tiro saiu pela culatra!
O vinho é um bem mundial e a bebida mais antiga da Humanidade, resguardada na presença nos cerimoniais mais antigos que se tem notícia.
Vinho é tradição, aristocracia, história, trabalho incansável na busca da qualidade. 

Vinho é a bebida dos reis e assim merece ser tratada.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

VENTISQUERO ALMA DE LOS ANDES SYRAH 2014

VENTISQUERO ALMA DE LOS ANDES SYRAH 2014
FlávioMPinto
 Um vinho muito agradável de degustar como a maioria dos chilenos de hoje.
A Syrah parece que se deu muito bem no vale do Apalta em Maipo e aí temos esse Alma de los Andes muito competitivo.
De cor púrpura bem definida e com lágrimas parcimoniosas , exala aromas frutados de frutas vermelhas bem vivas. 
Na boca os aromas se desfazem em frutas silvestres cálidas, mas não chegando a compotadas.
Medianamente encorpado é muito elegante com  equilíbrio na sua estrutura. Nada se apresenta como destaque, sendo seu equilíbrio o destaque.
Taninos bem domados e a passagem por madeira deu a suavidade necessária á Syrah do Alma de los Andes.
Sua acidez acentua sua vertente gastronômica.
Compotados e chocolates suaves se manifestam não incomodando os 13,5% de teor alcoólico que compõem o bem estruturado Alma de los Andes Syrah 2014.
Mais um chileno de respeito fortalecendo o intenso trabalho dos enólogos e vitivinicultores daquele país. 
Não podemos esquecer dos terroirs privilegiados das terras andinas. Tudo aliado a uma política de implantação de um agronegócio vinícola de vertente competitiva pela administração chilena a pouco, mais de 40 anos. O resultado está na nossa frente.
Deixa um final frutado e consistente.

Esta é a minha opinião.

MIOLO CABERNET SAUVIGNON RESERVA 2016

FlávioMPinto
Um vinho que me causou uma enorme surpresa. Na primeira investida não gostei. Achei-o tânico e muito aframboezado, talvez pela passagem excessiva na madeira. 
Bom, deixei-o decantar e sofrer uma boa oxigenação e o panorama mudou completamente. 
Após esse processo quase obrigatório em vinhos muito agressivos e longevos, o Miolo Cabernet Sauvignon 2016, embora não fosse agressivo na primeira investida,  se apresentou de outra forma.
Mais amigável, harmonioso, exalava aromas não de framboesas frescas, mas de mentolados e chocolates. Estava mais cálido e amigável, mais fácil de degustar ao se apresentar com todo seu potencial. 
Lágrimas pronunciadas denunciam sua untuosidade.
Na boca, os mentolados e chocolates surgem de prontidão anunciando o caráter do vinho.
Muito encorpado e com acidez acentuada também denunciando sua vocação gastronômica. Parece um vinho longevo ao apresentar também, traços fortes de balsâmicos e especiarias.
Uma complexidade de muito bom gosto. 
Um vinho para quem sabe manobrar com as qualidades apresentadas por um bom vinho e degustá-lo na sua melhor forma e não perder o dinheiro da compra.
Uma decantação obrigatoriamente deve ser feita ou abrí-lo e degustar 3 ou 4 dias depois, sob pena de não gostar do produto. 
Deixa um final de balsâmicos e comportados.



 Esta é a minha opinião.

LILÁS by Carlos Lucas 2013

LILÁS by Carlos Lucas 2013
FlávioMPinto
Um vinho português de Touriga Franca e Touriga Nacional, caráter dos vinhos do DOURO.
Um vinho de aromas tranquilos de framboesas e flores brancas.
Lágrimas parcimoniosas indicando sua untuosidade e vocação gastronômica..
Na boca, ressalta uma acidez agradável e harmonia entre essa acidez e o teor alcoólico de 13%. O teor alcoólico não passa ao conjunto ensejando uma boa elegância e equilíbrio entre os fatores da estrutura.
 Aliás, essa é uma das mais importantes características de todos os vinhos portugueses: são assemblages harmônicos e elegantes, equilibrando a mistura de muitas uvas, uma tradição secular portuguesa.
É pouco tânico e muito agradável de degustar.
Deixa um final agradável, frutado e consistente.
Esta é a minha opinião.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

CROCIATO NERO

CROCIATO NERO
FlávioMPinto

Um vinho de mesa italiano com uvas Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Syrah. É da Toscana e de Montalcino, uma das mais famosas regiões  produtoras de Sangiovese Grosso ou Brunello di Montalcino, nome mundialmente conhecido por sua qualidade e sofisticação. 
Esse blend já indica sua origem, numa associação de uvas européias á Sangiovese que deu origem aos Supertoscanos. 
Mas vamos ao Crociato. Um vinho de cor violeta bem definida. Forte, mas não enigmática. Não é safrado, mas pode-se avaliar sendo de uma  safra de aproximadamente 5 a 8 anos, pois ainda não mostra os halos de envelhecimento nos anéis púrpuras esmaecidos no seu colar.
Aromas de violetas se desprendem de um visual límpido e com lágrimas abundantes e regulares, nos revelando sua untuosidade. 
O teor alcoólico de 13,5% não se revela, mas na boca não deixa de ser elegante e equilibrado.
Cálido, harmonioso, não deixa os taninos tomarem conta da atmosfera. Um vinho levemente encorpado. Um vinho gordo, assessorados por sua suntuosidade marcante.
Um vinho muito diferente dos que estamos acostumados no Brasil, normalmente mais alcoólicos.
De bom acidez evidenciando sua vertente gastronômica.
Deixa um final cálido e frutado.

Esta é a minha opinião.

domingo, 25 de março de 2018

LEGADO MUÑOZ GARNACHA 2016

LEGADO MUÑOZ GARNACHA 2016
FlávioMPinto

Um espanhol de Toledo, terras de Galicia,  feito de uvas Garnacha, a Grenache francesa plantada em terras espanholas onde entrou pela Catalunha.
Um vinho de cor purpura clara e aromático. 
Depois de uma decantação apresentou-se muito cálido.
Aromas frutados de groselhas frescas e um ar meio apimentado, selvagem.
Na boca as framboesas deram lugar a pimentões verdes, combinando com morangos maduros. A sensação gustativa dos pimentões foi se acalmando medida que progredia com o tempo na taça. 
O teor alcoolico de 13,5% deixa uma breve passagem, mas não domina o quesito da elegância nem desequilibra o vinho.
A uva Garnacha ou Grenache é uma das mais plantadas no mundo, em volume, graças aos franceses do Vale do Rhône que a tem como a principal uva, com destaque nos Châteauneuf-du-Pape, uma das mais antigas Appellation Controlé da França.
É pouco conhecida no Brasil e raramente plantada nos vinhedos brasileiros. Pouco expressiva por aqui.
Deixa um final selvagem e duradouro.
Deve ser decantado obrigatoriamente.

Esta é a minha opinião.

domingo, 11 de março de 2018

CLAUDE VAL VENDANGES 2016

CLAUDE VAL VENDANGES 2016
FlávioMPinto
Sempre quando degusto vinhos franceses me vem a seguinte indagação: o que bebemos no Brasil? Essa mesmice de Cabernet Sauvignon e Merlot, fruto da falta de criatividade brasileira, para não dizer preguiça de alçar voos com outras uvas e assemblages,  nos deixa com horizontes curtos e o paladar muito restrito.
O Claude Val, uma obra do enfant terrible francês Paul Mas, vem das colinas de Herault do sul da França e amplia o nosso paladar a limites que não imaginávamos alcançar.
Feito de Grenache, Merlot, Syrah e Carignan, um assemblage inédito, nos dá um teor alcoólico de 13,5% que não chega a boca.  Os aromas vegetais e florais da Carignan e Grenache dominam não deixando espaços para as internacionais Syrah e Merlot, apenas o aveludado da Merlot aparece, mas essa também é uma característica das Carignan e Grenache, do Vale do Rhône. 
Na boca, é medianamente encorpado, muito elegante, cálido e aveludado,  parecendo nos abraçar a cada gole. Morangos maduros, ameixas negras, amêndoas e vegetais cozidos nos trazem o caráter dos vinhos do Languedoc-Rousillon do sul da França. 
A mistura de uvas autóctones francesas com internacionalistas foi um caminho aberto, com sucesso, pelos italianos da Toscana quando ousaram e se deram muito bem com os Super Toscanos ampliando o universo de emprego da Sangiovese no mundo vitivinícola italiano. Paul Mas vai nessa mesma direção com suas uvas e vinhedos no Languedoc.
Um vinho muito equilibrado podendo ser degustado e apreciado em todas as suas nuances por quem entende do riscado. Se sobressai sua acidez, denotando sua vocação gastronômica. 
Um enófilo brasileiro vai estranhar os aromas e sabores das uvas autóctones francesas. Quem não entende , vai passar batido!
Deixa um final cálido, frutado e duradouro.

Esta é a minha opinião.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

ESPUMANTE CASA VALDUGA RSV MOSCATEL 2016

FlávioMPinto

A uva Moscato Giallo constitue-se a queridinha das vinícolas brasileiras. Sua adaptação nos terroir gaúchos, seja na Serra como na Campanha, mesmo nos Campos de Cima da Serra, o sucesso é inconteste na produção de espumantes. Ressalte-se que é a uva de maior sucesso brasileiro no exterior, chegando a espumantes nacionais desta uva, baterem as mais tradicionais champanhes em concursos internacionais por sua qualidade.
A Casa Valduga não ficou atrás nesse processo e lançou seus espumantes de Moscatto Giallo.
O RSV safrado de 2016 é um deles.
Com 7,5% de álcool, exala aromas frutados cítricos. Perlage vigorosa e fluída. Claro, brilhante, amarelo suave com halos esverdeados.
Na boca sabores frutados cítricos se multiplicam com destaque para limões sicilianos e melões gaúchos.
O reconhecido adocicado da Moscatel é neutralizado pelo estilo Brut, não deixando vigorar o gosto enjoativo doce da cepa após alguns goles.
É fresco, mineral, muito agradável de degustar. Bem distinto do azedinho da Chardonnay, mas não deixa de ser elegante e aristocrático. 
A Moscatto Giallo está fazendo história na produção de espumantes no Brasil.
Deixa uma retrogosto frutado e persistente.

Esta é a minha opinião. 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

A INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DA REGIÃO DA CAMPANHA GAÚCHA

A INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DA REGIÃO DA CAMPANHA GAÚCHA
FlávioMPinto
Aproxima-se a data da homologação da Indicação de Procedência dos vinhos da região da Campanha gaúcha, uma área de aproximadamente 800 km de comprimento por 100 de largura e vai da fronteira com a Argentina em Uruguaiana até a região do Seival margeando a fronteira com o Uruguai. 
Será mais um ganho de qualidade para os vinhos que já começaram a se destacar no cenário nacional.
Não podemos esquecer que o pioneirismo desta iniciativa foi da Almadén, a quase 50 anos, numa região prospectada por satélites dos EUA na década de 70 passada na qual se destacava Palomas em Livramento. A qualidade do terroir foi incontestavelmente confirmada. Quem não se lembra dos vinhos da linha Palomas nos anos 90?
Isso é sinal que tem muita matéria aproveitável naquelas plagas descobertas pela National Distillers.
Vinhos maravilhosos foram produzidos lá e ainda, as vinícolas instaladas recentemente, estão a postos com excelentes produtos no mercado, como a Cordilheira de Santana com seu Tannat e o Gewurztraminer de qualidade imbatível. Isso para não falar do Sauvignon Blanc e o  Chardonnay ambos da Almadén.  Não deixando de lado o espumante Moscatel da Aliança. A Guatambu surge como mais novo sucesso, no rol das vinícolas de Dom Pedrito, a Routhier Darricarére e Dunamis, a Sossego de Uruguaiana e a Batalha de Bagé. Marcas de qualidade, mas de pouca visibilidade no mercado.
Espera-se para logo o resultado das safras da Salton em Livramento, que adquiriu enormes extensões de terras naquelas bandas.  E sabe-se da competência da Salton para produzir vinhos. 
O Paralelo 31 S que abarca toda região da Campanha tem características geológicas muito interessantes e relevantes para produção de vinhos finos. O Paralelo se prolonga para Argentina e África do Sul sempre abrangendo regiões de muita qualidade para produção de vinhos finos. Mendoza e Stellenbosch são mostras do terroir abrangido.
 A formação geológica e o clima com muita exposição solar e frio na floração fazem a diferença. 
A excelência dos produtos é o atestado de qualidade e um futuro promissor. 

Um futuro mais promissor para a vitivinicultura da Campanha gaúcha. É o caminho natural para crescimento comercial,  e tem de ser intensamente buscado, pela indústria de vinhos finos acompanhado pela eficiente ação de marketing orientando e instruindo os consumidores.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

SANTA TIERRA CARMENÉRE SYRAH 2017

SANTA TIERRA CARMENÉRE SYRAH 2017
FlávioMPinto

Um belo rosé chileno de duas uvas tintas. Por certo, ficaram pouco tempo em contato com as cascas, obviamente. Apenas para deixarem um pouco do caráter de cada uva no mosto.
Aromas frescos  de flores silvestres são intensos, limpíssimo na sua cor salmão. Poucas lágrimas, pouco untuoso.
Os 13,5% de álcool já se fazem presentes, mas não dominam a cena do jovem vinho.
Na boca, os frutados de mirtilos, cerejas frescas, ameixas, fazem a festa. Camomila presente. O frescor continua dando um toque de elegância ao Santa Tierra.
Persistente e muito amigável. 
Um bom vinho para degustar solo ou num dia quente com acepipes a beira da piscina.
Bem mineral , não é enjoativo.  A acidez não deixa que o frutado se esmaeça e retire os sabores apresentados. 
Mais um chileno para o escaldante verão gaúcho e brasileiro.
Deixa um final persistente.

Esta é a minha opinião.

GUATAMBU TANNAT 2015

GUATAMBU TANNAT 2015
FlávioMPinto
Um vinho muito tânico, típico da cepa. Forte, intenso, escuro, carmim bem nítido, marcante já nos aromas frutados de groselhas bem maduras. 
O terroir de Dom Pedrito através da Vinícola “estância” Guatambu, de Dom Pedrito na Campanha gaúcha,  nos brinda com esse vinho encorpado, com taninos bem domados, untuoso. Essa vinícola é pródiga em produzir vinhos marcantes e que se confundem com o terroir da Campanha. 
Sua vertente gastronômica pede carnes vermelhas bem ao gosto da população da área: churrascos e carnes e linguiças assadas na grelha bem ao gosto do Pampa gaúcho.
Muito elegante, mas com predomínio dos taninos que tomam a cena se impondo. 
Na boca não deixa a desejar com sabores fortes de groselhas, compotados de frutas negras bem maduras.
O teor alcoólico demarca território. Um excelente custo-benefício.
Esta é a minha opinião.
Deixa um final longo e frutado.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

MIOLO MERLOT TERROIR 2009

MIOLO MERLOT TERROIR 2009
FlávioMPinto
Confesso que foi um dos melhores Merlot que degustei até hoje. Está no mesmo nível dos franceses do Pomerol. Um excelente trabalho da Miolo e dos seus enólogos. Se bem que a Merlot é a uva mais emblemática do Vale dos Vinhedos por ter se adaptado maravilhosamente naquelas plagas, facilitando o trabalho.
Uma vinho de cor violeta, untuosidade anunciada por suas lágrimas abundantes, frutado, rico em aromas de framboesas, cassis, couros curtidos, violetas,  fumados e especiarias. 
Na boca, chocolates, framboesas, morangos maduros, compotados doces vermelhos, recheiam a acidez despejada ensejando grande vocação gastronômica. Uma complexidade para  poucos. 
Os seus 14% de teor alcoólico conferem muita elegância junto com os taninos vivos e bem presentes. 
Muito equilibrado e harmônico. Não o decante, pois vais estragá-lo. 
Um vinho de destaque no cenário nacional. Único. Faz parte do rol dos vinhos caros nacionais pouco acessíveis a maioria dos cultuadores de Baco brasileiros. Mas é um produto que vale que pena ser degustado com carinho. E em ocasiões especiais. 
Cálido, tranquilo, amigável, romântico, um vinho de alta estirpe, mas honesto, competente e competitivo por sua qualidade. 
Deixa um final sisudo, como um mordomo inglês de fraque se afastando da cena. 

A Miolo está de parabéns em nos brindar com esse vinho. Um vinho que eleva o padrão da vitivinicultura brasileira. Esta é minha opinião.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

DUNAMIS COR MERLOT CABERNET 2012

DUNAMIS COR MERLOT CABERNET 2012
FlávioMPinto

Um excelente vinho da vinícola de Dom Pedrito, região da Campanha gaúcha.
De cor violeta forte, exala aromas amadeirados, de hortelãs e algo de vegetais silvestres.
Lágrimas parcimoniosas indicando sua untuosidade.
Na boca, mentas se sobressaem com hortelãs além de frutados de framboesas e mirtilos.
Forte, tânico, apimentado, mentolado, alcoólico, deixa um rastro na sua passagem pela boca. Não passa desapercebido. Seus 12% de teor alcoólico, embora pouco para um tinto, são muito representativos.
A Merlot, no blend, não conseguiu acalmar a potência inicial da Cabernet Sauvignon.
A passagem por madeira deu sabores e aromas de tabaco e fortaleceu os taninos. Um vinho muito potente.
Deve ser decantado e oxigenado por umas duas horas para ser amansado. Aí uma pausa e uma grande surpresa: abra o Cor Merlot Cabernet e prove. Não comece a degustá-lo imediatamente após destampar a garrafa. Explico. 
Como já disse acima, ele é forte, tânico e mentolado. Pois bem, deve ser acalmado nos seus arroubos. Deixe-o decantar e que seja aerado por umas duas horas num decantador, ou mesmo se não tiver esse recipiente, deixe-o destampado, por umas duas horas e veja o efeito.
O Cor se reapresentará suave, cálido, acolhedor, muito agradável de degustar após esse processo. Traços fortes de chocolates, ameixas negras,  morangos e amoras maduras e até compotados de frutas vermelhas são muito bem representados nesta nova fase do Cor. Já havia degustado um vinho com essas mesmas nuances, por sinal da mesma região- um assemblage Merlot Cabernet Sauvignon, o RED da Routhier&Darricarrére, de Rosario do Sul, se bem que 60 km são distâncias interplanetárias para o mundo do vinho. É quase um Médoc de ponta a ponta. Mas me parece ser uma característica importante do terroir dos tintos daquela região da Campanha gaúcha: vinhos em camadas
Um vinho de 2012, mas com corpo e alma de 2018 tal sua juventude. É para poucos. 
Deixa um final com compotados de frutas vermelhas.

Esta é a minha opinião.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

ALMADÉN GEWURZTRAMINER 2017

ALMADÉN GEWURZTRAMINER 2017
FlávioMPinto
A queda de qualidade dos vinhos da marca Almadén fizeram me afastar destes vinhos da fronteira gaúcha, por onde os brasileiros aprenderam a tomar vinhos finos.
Mas parece que os bons tempos estão voltando e os produtos retornando ao local de onde jamais deveriam ter saído. A verdade sempre triunfa e retorna a seu lugar, quer queiram ou não.
Esse Gewurztraminer é um desses casos. Uva da Alsácia franco-alemã se deu muito bem na região da Campanha gaúcha.
De cor bem clara, transparente, com notas amareladas, exala aromas cítricos e florais. 
Na boca, surgem sabores de frutas cítricas amarelas e brancas como líchias, limões, e, é claro, flores.    
O teor alcoólico de 12% não passa ao conjunto como um todo e sim levemente. 
De muito boa presença da acidez afirmando sua vocação gastronômica.
Deixa um retrogosto bem agradável.

Esta é a minha opinião.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

ESPUMANTE ARACURI CHARDONNAY BRUT

FlávioMPinto

A região de Campos de Cima da Serra, ao norte do RS e foi uma das últimas fronteiras vitivinícolas descobertas e exploradas. É uma região de altitude.
De cor amarelo palha e aromas cítricos bem típicos da cepa, apresenta uma perlage fina, viva e fugaz. 
Na boca, os sabores de pão torrado, limões, laranjas, maças verdes enchem a boca. A acidez também é destaque .
Muito fresco e transparente. Acidez muito presente. 
Deixa um retrogosto frutado, cítrico, persistente.

Esta é a minha opinião.

DUNAMIS PINOT GRIGIO 2017

FlávioMPinto

Um vinho da região da Campanha gaúcha, que fortalece a destinação da região para a vinicultura de ponta.
De cor amarelo esverdeada, exalam aromas frutados. Bem aromático e untuoso. 
Na boca, os aromas se transformam em sabores frutados de limões, melões, flores silvestres, laranjas maduras, maças e pêras. também um pouco de goiabas maduras. 
Bem mineral e de forte personalidade.
Seu teor alcoólico de 12% não passa ao conjunto.
Um vinho leve denotando boa companhia para esse verão escaldante do RS, seja perto da praia ou piscina.
Deixa um final bem frutado com uma retrogosto marcante.

Esta é a minha opinião.

GARZÓN PINOT GRIGIO 2017

FlávioMPinto

Um vinho uruguaio muito especial.
Cor amarelo palha, muito floral nos seus aromas.
Com 12,5% de álcool não se impõe muito, ficando seu caráter meio prejudicado.
Um vinho muito leve e de poucos aromas  frutados, mas a personalidade da Sauvignon Blanc é assim: leve, não se impõe muito, deixando sua marca indelevelmente. 
Na boca apresenta frutas secas e sabores de maças, pêras, lixias, pêssegos, frutas pouco cítricas. Apresenta também sabores florais de jasmins e rosas brancas. 
Muito mineral e de boa acidez.
Deixa um retrogosto curto. 

Esta é a minha opinião. 

PIATTELLI CAPRICCI TORRONTÉS 2015

FlávioMPinto

A Torrontés, juntamente com a Malbec, forma a dupla de uvas queridinhas dos portenhos. A branca é considerada crioula e nativa da Argentina enquanto a tinta, francesa, bem se aquerenciou no pampa argentino.
Este Prattelli é de Calafate.
De cor amarela clara, é aromático e bem transparente. Delicado e fino. 
Aromas frutados se desprendem.
Bem untuoso.
Na boca, o teor alcoólico de 13% se destaca no conjunto.
É um branco elegante e confirma a fama da cepa emblemática. 
Bem floral, com mel em destaque, ainda adoçando o paladar com toques de flores de laranjeiras, jasmin e rosas. 
Deixa um final com especiarias e tabaco.

Esta é a minha opinião.

CATRALA SAUVIGNON BLANC 2014

CATRALA SAUVIGNON BLANC 2014
FlavioMPinto

Um elegante vinho branco oriundo do setor de Orozco no vale de Casablanca no Chile.
De cor amarelo palha, libera aromas cítricos e frutados ao ser destampado.
Na boca se apresenta  fresco, mineral com sabores complexos de limões sicilianos, melões, lixias, pêras, goiabas e maças.
Boa acidez e untuosidade. 
Deixa um retrogosto de especiarias e tabaco. 

Esta é a minha opinião.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

ESPUMANTE ALIANÇA MOSCATEL

FlávioMPinto

A uva Moscatto Giallo parece que se aquerenciou na Campanha Gaúcha. Não só os vinhos tranquilos estão fazendo sucesso como os espumantes. 
Com o terroir que tem a sua disposição, a Vinícola Aliança não deixou por menos e entrou na disputa lançando o seu Espumante Moscatel.
De cor amarelo clara, exala aromas frutados cítricos.
Apresenta uma perlage, fina  forte e fugaz, indicando sua qualidade.
Na boca os aromas frutados se desdobram em sabores de melancias, melões, lichias, laranjas-lima e limões sicilianos.
Um pouco mineral e com excelente acidez, despertando a vertente gastronômica.
Deixa um retrogosto final frutado e duradouro.

Esta é a minha opinião.

GRAN GIALLO GIACOMIN 2015

FlávioMPinto

Um produto típico de pequenas e competentes vinícolas gaúchas, coloniais,  com pouca visibilidade no mercado, mas com seus produtos incontestes.
A Vinícola Giacomin é de Mato Preto , 4º Distrito de Flores da Cunha, cidade gaúcha que mais possui vinícolas instaladas. 
O GRAN GIALLO GIACOMIN 2015 é um vinho de cor amarelo clara, de uvas Moscatto Giallo, bem transparente e exala aromas frutados cítricos ao ser destampado. Belíssimos aromas de limões sicilianos, lixias, melões gaúchos, melancias, gerando vinho complexo de sabores. 
O seu teor alcoólico de 12,5% o deixa muito bem estruturado, talvez além da sua proposta de vinho simples.
De acidez boa e bem presente acentua sua característica gastronômica. 
Já no seu limite de consumo para um vinho branco, apresenta-se com todas as qualidades da cepa bem definidas e a postos. 
Na boca, os aromas se multiplicam com os aromas se transformando em sabores.  
Um vinho muito barato com custo-benefício excelente, particularmente neste verão escaldante do sul do Brasil. De acidez muito acentuada. 
Deixa um retrogosto muito curto. 

Esta é a minha opinião.