terça-feira, 11 de dezembro de 2012

ST MICHAEL TROLLINGER MIT LEMBERGER 2008


ST MICHAEL TROLLINGER MIT LEMBERGER 2008

FlavioMPinto

Um dos vinhos tintos mais deliciosos que degustei até esta data. Desde a primeira impressão, dos aromas ao sabor, do nariz á boca, fortes foram as impressões de um grande vinho. Delicioso. Fácil de beber, mas difícil de entender quem não conhece essas uvas típicas da Alemanha, da região de Wurttemberg, coração da Toscana Suábia. Tanto a Trollinger como a Lemberger  são absolutamente desconhecidas do público brasileiro. Uma leve, outra potente. Uma experiência ímpar degustá-las. Com 13% de teor alcoólico, mostra nas lágrimas sua untuosidade. De cor violeta, lembrando um Pinot Noir, boa transparência, aromas lembrando frutas cítricas grandes como melão e até flores silvestres e kiwi. Um leve adocicado de café prenuncia o sabor exótico a seguir.

Medianamente encorpado, frutado, adocicado, raro num tinto, com nuances imediatas de melão, ameixas silvestres  e até melancia, numa leveza que encanta ao primeiro gole. O teor alcoólico desaparece com taninos bem demarcados e controlados ante a leveza da Trollinger. A potência da Lemberger deixa sua marca equilibrando com a Trollinger o sabor do vinho.

Uma breve passagem por carvalho é sentida. Um vinho leve mas com muita personalidade.

Um final longo de chocolate ao leite e café , tudo de um bom capuccino, requerendo mais algumas degustações desse moderno vinho alemão.

Para meu gosto, um vinho muito agradável. Um perfeito equilíbrio entre a leveza e a potência.

Acompanhou muito bem postas de salmão assadas com batatas e outros legumes. Nota dez.

Esta é a minha opinião.

domingo, 4 de novembro de 2012

LEMBERGER trocken GÜGLINGEN KAISERBERG 2008


LEMBERGER trocken GÜGLINGEN KAISERBERG 2008

FlávioMPinto

Quando terminei de dar os primeiros goles desse vinho afirmei-“ Que vinho gostoso.”

Parece um bom Pinot Noir da Borgonha misturado com um Cabernet. Sua cor lembra a Pinot e o bouquet a Cabernet. Um Merlot mais suave. Frutado, lembrando cerejas frescas e melancias , um aroma exótico que encanta de cara. Ótima a primeira impressão de aromas do Lemberger.

 A Lemberger é uma uva autóctone e típica da Alemanha, mais especificamente de Württemberg. Württemberg, coração da Toscana Suábia, registra produção de vinhos há mais de 1500 anos, nas áreas de vinhedos do vale do rio Neckar, cobrindo as encostas das colinas de Cleebronner Michaelsberg e Güglingen Kaiserberg.

 Este Lemberger trocken(seco em alemão) é de Güglingen Kaiserberg. Bem germânico.  

Untuosidade denunciada pelas lágrimas parcimoniosas descendo na taça. Austero, firme, perfumado, com personalidade marcante, definida, tudo no seu devido lugar. Bem alemão. Seu teor alcoólico-12,5%- passa despercebido , com certeza, escondido pela breve passagem em madeira, dando-lhe um ar defumado. Mas muito pouco. Taninos bem demarcados dando um bom corpo. De sabor agradável com notas de melão.

De fato, um vinho muito gostoso. Diferente. Elegante, leve, distinto, mas não muito fácil de entender. Isto para quem deseja penetrar mais a fundo nos mistérios do Lemberger trocken.

Deixa um final muito bem demarcado e prolongado. Um vinho surpreendentemente , principalmente porque estávamos acostumados com os brancos alemães.

Esta é a minha opinião.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

CHATEAU DEDIEU BORDEAUX 2010


CHATEAU DEDIEU BORDEAUX 2010

FlávioMPinto

Um vinho bem ao estilo bordalês: perfumado ao desarrolhar, cor forte , um púrpura brilhante e firme. Aromas de framboesas se desprendem denunciando seu caráter e personalidade. Na boca sobressaem-se sabores frutados de cerejas e aniz.

Muito tânico e alcoólico, informando que não deveria ser degustado logo e sim daqui a uns  4 anos. Mais amaciado. Encorpado, com os taninos presentes, ainda duros, demarcam sua origem da margem esquerda do Gironde, França, lá da ponta de Bordeaux se dirigindo para o mar.

A presença da Cabernet Sauvignon é destaque no corte. Marcante.

Um vinho ainda não suficientemente maduro para degustação. Mesmo assim deixa um profundo final, embora demasiado alcoólico por sua juventude. Decante-o para amenizar sua agressividade.
Esta é a minha opinião.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

PASQUIER DESVIGNES BORGOGNE PINOT NOIR 2010


PASQUIER DESVIGNES BOURGOGNE PINOT NOIR 2010

FlávioMPinto

Um Pinot Noir de boa cepa. A Pinot Noir, para mim, é como um Cabernet Sauvignon aguado. Não tanto, mas penso assim. Obviamente tem uma personalidade definida e essa vem da Borgonha, França, o lar da Pinot Noir.
De cor violeta clara, pouco perfumado, bouquet reduzidíssimo, pouco pronunciado. Revela-se de corpo médio, pouco alcoólico-12,5%-no entanto, bom de beber. A pouca tanicidade é bem polida, bem equilibrado.

Final curto com destaque para a frutuosidade de groselha e cerejas.
Um vinho para se beber jovem.
Esta é a minha opinião.

sábado, 6 de outubro de 2012

O CORPO DO VINHO


O CORPO DO VINHO

FlávioMPinto

Uma das expressões mais faladas pelos entendedores na apreciação de um vinho é o  CORPO.

 - Ah, esse vinho é encorpado!!!

Estamos acostumados a tratar de corpo como algo sólido, é a primeira figura que aparece, mas no caso do vinho, é líquido mesmo. Difícil passar a ideia de algo que normalmente se conhece como sólido num líquido.

Mas o vinho é subjetivo nas suas sensações e daí podemos encarar essa ideia como tal.

O encorpamento é a percepção de peso na língua que dá o corpo ao vinho. Claro, é muito sutil, mas perceptível. Muitos passam longe dessa sensação, mas....ao beberem vinho como água- aos goles- tudo passará rápido pela língua e sem sentir-se.

O vinho é uma bebida para ser degustada e não bebida. Degustar-se quer dizer sentindo-o nas mais infinitas sensações e o CORPO passa por essa avaliação. Só a intensa prática poderá dar maior segurança em avaliá-lo.

Um dos aspectos que potencializa o encorpamento é a viscosidade. Sim, a viscosidade do vinho, que vem do teor alcoólico. Quanto mais álcool mais viscoso e mais encorpado é o vinho.

O vinho é um líquido integrado por inúmeros compostos, que o deixam mais ou menos pesado. Isso fica claro quando apanhamos uma garrafa, a despeito do peso da embalagem, o achamos que não é nada leve. O glicerol é um deles e muito contribui para essa sensação de peso. Ele deixa o vinho mais viscoso, mais alcoólico, mais pesado, mais encorpado.

Os vinhos mais encorpados tem maior potencial de guarda, ou seja, duram mais tempo na garrafa, são mais longevos.

É isso aí.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

LES COMBELLES SAINT EMILLION 2009


LES COMBELLES SAINT EMILLION 2009

FlávioMPinto

Este vinho é de uma região tradicional da França-Saint Emillion, no Gironde. Uma Appellation Controlée das mais conhecidas e antigas. Um blend de Merlot, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, com predominância da primeira cepa. Claro, é Saint Emillion.

De cor violeta fosca, bem típica da casta predominante no blend, o Les Combelles nos brinda com aromas bem afinados de cerejas frescas e um pouco de framboesas. As frutas vermelhas continuam a dar seu sabor na boca, onde se mostra além de frutado bem fresco. O teor alcoólico de 13%  é um vinho de médio corpo com sua tanicidade e acidez  bem domadas. Não é  potente, porém de personalidade marcantemente Merlot.

A passagem por madeira não deixou rastros, mas arredondando o vinho, isso sim. Amadurecendo-o.

Um conjunto muito equilibrado, suave, redondo, elegante e aristocrata, bem no estilo da AOC Saint Emillion. Final longo e prazeroso.

Esta é a minha opinião.

sábado, 22 de setembro de 2012

SANTA CAROLINA GRAN RESERVA CABERNET SAUVIGNON 2009


SANTA CAROLINA GRAN RESERVA CABERNET SAUVIGNON 2009

FlávioMPinto

Ester vinho chileno nos faz acreditar que existe vida além dos vinhos do Velho Mundo. Aromas de cerejas e framboesas nos remetem a sabores complexos evidenciando madeira, especiarias, além de ser bem  frutado com notas de groselha, framboesas e morangos. Se bem que Gran Reserva não quer dizer nada em termos de qualidade nos vinhos chilenos.

Escuro, quase impenetrável, o Santa Carolina Gran Reserva não nos reserva surpresas e sim se revela um vinho austero, um Cabernet Sauvignon de boa cepa. Tudo que se espera de um Cabernet Sauvignon de boa estirpe. Um chileno de cartola e fraque.

Seu teor alcoólico-14,8%- nos leva a crer que esteja pronto para consumo daqui a uns 3 anos, com certeza. Um excelente vinho de guarda absolutamente.

Muito encorpado , nos dá um final longo e alcoólico. Convém deixá-lo respirar bastante ou colocá-lo num decanter antes de degustá-lo.

Esta é a minha opinião.  

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

ESPUMANTE CASA VENTURINI VIVERE BRUT


ESPUMANTE CASA VENTURINI VIVERE BRUT

FlávioMPinto

Um espumante feito com uvas de Livramento, da Campanha gaúcha, que  reflete bem o status da região e da maior representante não só dos espumantes como do champagne: a uva Chardonay, que, com 80%, mais 10 de Sauvignon Blanc e 10 de Merlot, compõem o mix de uvas do produto.

Uma cor amarelo clara com reflexos esverdeados, uma perlage fina e efervescente digna dos melhores champagnes. O aroma exala Chardonay com suas notas cítricas. Abacaxi, melão, maça verde.

Denota boa e equilibrada acidez. Um espumante tranquilo para se beber sem sustos. Cremoso e equilibrado com um final longo e cítrico. Bom volume na boca e retrogosto longo e duradouro.

A Chardonay parece que encontrou seu chão na Campanha gaúcha nos dando belos espumantes.

Esta é a minha opinião.

ESPUMANTE DOM CÂNDIDO ESTRELATO BRUT ROSÉ


ESPUMANTE DOM CÂNDIDO ESTRELATO BRUT ROSÉ

FlávioMPinto

A Dom Cândido, é uma vinícola do Vale dos Vinhedos-Bento Gonçalves e uma extensão da Valduga. Organizada por Cândido Valduga, da geração dos netos do clã Valduga, está instalada na Linha Leopoldina-Via Trento, junto de inúmeras outras vinícolas tradicionais.

Um espumante muito diferenciado: feito de Chardonay e Cabernet Franc, uma mistura inusitada. As vinícolas gaúchas estão investindo muito na vinificação em Branco de uvas tintas com ótimos resultados.

O Dom Cândido Estrelato Brut Rosé é isso, representando bem as castas envolvidas. Nos aromas ao desarrolhar-se, saltam notas de Cabernet Franc e na boca, reina a Chardonay, absoluta. Na boca, após sentir-se os aromas, espera-se a Cabernet, mas o que se tem é unicamente a cor salmonada elegante e a perlage fina oriunda dos belos espumantes, além dos sabores  de frutas cítricas da Chardonay.

Com acidez muito bem controlada, um bom volume de boca é o destaque com um final longo. Um retrogosto cítrico e agradável numa combinação inusitada.

Esta é a minha opinião.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ESPUMANTE COURMAYEUR BRUT ROSÉ


ESPUMANTE COURMAYEUR BRUT ROSÉ

FlávioMPinto

A Courmayeur é uma pequena vinícola de Garibaldi-a capital brasileira do champagne- cujo foco de produção é espumantes. 70% de toda produção vai para o líquido descoberto por Don Pérignon.

Nos brinda com um Brut Rosé de dar gosto. Feito de Pinot Noir com um pequeno volume de Moscatto Giallio. Com uma perlage muito boa e uma cor rosé nos surpreende com os aromas frutados desprendidos.

Na boca se revela como um todo. Alegre,  com uma frutuosidade exuberante com toques de maça verde, morango e um incrível mamão papaya emoldurando tudo. Cremoso, com acidez equilibrada e frescor marcantes. Apresenta também toques de laranjeiras.

De bom volume em boca, seu retrogosto é longo e agradável.

Não é enjoativo após mais de uma taça.

Um feliz casamento da Pinot Noir com a Moscato.

Esta é a minha opinião.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

MARQUES de CASA CONCHA SYRAH 2009


MARQUES de CASA CONCHA SYRAH 2009

FlávioMPinto                                       

Mais um soberbo vinho da Concha Y Toro, vinícola chilena de muita aceitação no Brasil. Desprende aromas de amoras maduras e framboesas ao destampar a garrafa. Os aromas seguem se apresentando na taça após respirar por um tempo.

De cor violeta forte, lágrimas abundantes e sedosas denunciando os 14,5% de teor alcoólico.

Na boca, os aromas se confirmam em sabores de amoras, framboesas e groselha e até de especiarias como pimentas. Um mentolado adocicado ornamenta o sabor diferenciado, deixando bem agradável.

Um vinho envelhecido por dezesseis meses em barricas de carvalho Frances com o bom espírito do Vale do Maipo, Chile. Muito complexo, encorpado e elegante não deixando nada a desejar aos Syrah do Vale do Rhône. Com um final longo e agradável.

A Syrah parece ter encontrado um novo lar no Chile.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

CHARLEMAGNE


CHARLEMAGNE

FlávioMPinto

Charlemagne(742-814), ou Carlos Magno, ou simplesmente Carlos I como era conhecido, foi um rei carolíngio que reinou de 768 a 814 na França. É considerado o Pai da Europa por suas conquistas ajudando a definir a Europa Ocidental.

Mas antes de tudo era um glutão. Consta que uma de suas mulheres( teve 5-Himiltude-a partir de 766 e seu casamento nunca foi anulado; Desiderata foi a segunda- 768-771; a terceira foi Hildegarda de Sabóia-771-784; a quarta Fastrada- 784-794 e a quinta Luitgard de 794 a 800), não se sabe qual, não gostava que a barba branca do rei ficasse tingida de tinto após beber vinho. Então convenceu-o a proibir que se plantassem uvas tintas na Borgonha, de onde vinham os seus vinhos. E somente brancas passaram a ser plantadas. O caso é que, passado o tempo, tal plantação foi um sucesso para a região de Beaune, mas de 1830 a 1840 foi atacada pelo Oídio e teve suas videiras largamente prejudicadas. Mal recuperadas, no final do séc 19 e início do séc 20,  foi a Filoxera que atacou a Borgonha dizimando os parreirais.

Louis Latour apartir de 1931 decidiu plantar a variedade Chardonay nas suas terras sendo seguido por todos seus vizinhos de Beaune. Foi um sucesso retumbante que elevou a qualidade aos píncaros da glória, sendo criada a Appellation d’Origen Controllé Charlemagne-AOC Charlemagne, um padrão de vinho branco feito com a Chardonay, confiando á Borgonha os melhores e mais caros vinhos brancos do mundo.

A região da Borgonha produtora de tais relíquias fica entre Aloxe-Corton, Ladoix-Serrigny e Pernand-Vergelesses. É a Côtes D’Or e fica a entre Dijon e Beaune. São solos calcáreos ricos em argila e de altitude média de 280 a 330 metros. São colinas, com destaque para Corton.

Nessa área-Beaune,  existentes 3 AOC- Corton para tintos e brancos, e Corton-Charlemagne e Charlemagne para brancos.

Um capricho da rainha permitiu nascer e florescer o melhor e mais caro vinhedo de uvas brancas do mundo. Não esquecendo que o vinho tinto mais caro também é de lá: Romanée Conti, um tinto de Pinot Noir e que não é Gran Cru!

RED 2011


RED 2011, da Routhier & Darricarriére

Flávio MPinto

A vinícola de Rosário do Sul, que completa 10 anos, nos brinda com seu último lançamento: o RED. Ao que me parece o nome vem das iniciais do nome da vinícola. Feliz escolha.
Um vinho jovem de muita cor, violeta e aromas complexos de saída.
Essa complexidade confirma-se na boca, onde sabores frutados predominam e surgem a cada instante. Cerejas, fortes framboesas, e até, pasmem, notas de morangos.
Um vinho que contrasta com a proposta da vinícola de ser um produto de entrada a preços acessíveis( em torno de 20 reais) para um público de ingresso no mundo dos vinhos. O que mais surpreende é a complexidade do vinho. Parece um vinho em camadas onde o frutado e outros sabores se modificam a medida que respira.
No final aparecem notas de pimentas e até de chocolate. Transforma-se a medida que respira na taça, incrivelmente, suavizando-se, e se arredondando. É um vinho medianamente encorpado, porém de comportamento surpreendente. Álcool sob medida-12,5%- escondendo-se nos taninos muito presentes, com o Merlot amansando maravilhosamente a Cabernet Sauvignon.
Não deixa de ser elegante e macio. Um vinho extremamente jovem que já nasceu adulto.
De final longo e muito prazeroso.
Acredito ser um ótimo vinho de guarda. Bom para daqui a uns dois anos adormecendo na garrafa, quietinho.
Ah, ia esquecendo, é um assemblage de Cabernet Sauvignon e Merlot, acredito que 60 e 40% de cada.

sábado, 11 de agosto de 2012

ESPUMANTE SPARKLING WINE CONCHA Y TORO BRUT


ESPUMANTE SPARKLING WINE CONCHA Y TORO BRUT

FlávioMPinto

Um Sparkling wine para exportação da Concha y Toro-Chile, muito provavelmente dirigido ao mercado norte-americano, dado o nome do espumante. Sparkling wine é o nome que os americanos dão aos seus espumantes.

De cor amarelo clara, bem viva, uma perlage fina já denuncia sua excelente qualidade. Cremoso, de cara muito frutado , apresentam-se sabores de melão, limão, abacaxi, pêssegos, pão tostado e nozes, numa admirável harmonia.Acidez muito viva, mas equilibrada. Fresco, alegre, delicado no paladar. Tudo muito correto.

Um final longo e aprazível.

Esta é a minha opinião.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

BARTON & GUESTIER CÔTES DU RHÔNE 2009


BARTON & GUESTIER CÔTES DU RHÔNE 2009

FlávioMPinto

Barton & Guestier são comerciantes e produtores conhecidos no mundo dos vinhos franceses. Trazem nas costas uma tradição muito respeitada. Produzem em diversos locais da França com muita qualidade. Este vinho é da Côtes Du Rhône com uvas Grenache, Syrah e Carignan. Um mix de respeito e característico do terroir do vale do Rhône. É, portanto, um blend com todas as características daquele afamado terroir.

A começar pelo rótulo, já se tem um produto diferenciado que respeita o consumidor apresentando todas as informações necessária ao melhor aproveitamento do produto.

Na taça, as lágrimas abundantes revelam seu teor alcoólico de 14,5%, e no nariz, não deixa de evidenciar o aroma típico de cerejas frescas e groselha.

Na boca, um vinho rico, encorpado, tânico, muito vivo.  Com nuances de morangos, pimenta e groselha, deixa um final prazeroso e longo.

Um ótimo vinho para ser degustado ao som de Diana Krall!.

Esta é a minha opinião.

sábado, 7 de julho de 2012

ALMAÚNICA RESERVA MERLOT 2010

ALMAÚNICA RESERVA MERLOT 2010
FlávioMPinto
Um belo vinho da vinícola butique do Vale dos Vinhedos. A borda escarlate da taça mostra o vinho bem vivo, claro, jovem e cheio de vida. De cor escura, rubi forte, um Merlot bem perfumado como todo bom filho da uva mater do Dordogne. As lágrimas revelam os 13% de álcool.
Um bouquet bem pronunciado com amoras e framboesas se destacando.
Na boca, os aromas se desfazem em sabores agora de cerejas frescas e baunilhas numa suavidade ímpar. Um toque de cassis e uma leve presença na madeira se fazem presentes. Mesmo sendo um varietal, apresenta a complexidade tradicional dos Merlot  mais tradicionais, com muita fruta e taninos amaciados. Medianamente encorpado.
Deixa um final longo e prazeroso.
Esta é a minha opinião.

domingo, 17 de junho de 2012

BELAVISTA ESTATE BUENO PINOT NOIR 2011


BELAVISTA ESTATE BUENO PINOT NOIR 2011
FlávioMPinto
Já na embalagem a confirmação de que é um vinho para se beber já: a tampa screw cap e feito por quem sabe, visto a garrafa padrão Borgonha.  Sim, de cara a indicação de consumo, mas poucos sabem. Essa tampa já dá a indicação de consumo imediato. Não o guarde para degustar depois.
A uva Pinot Noir, uva de cascas finas, é originária da Borgonha, seu berço. Lá divide seu reinado com a Chardonay.
Um vinho leve para ser consumido jovem. O Bueno já trás isso no seu rótulo e tampa.
Sua cor não é um violeta forte, é até meio opaco, característica da cepa, mas possui um perfume inconfundível de flores que inebria. Lágrimas fugazes indicando que não é sedoso, mas de um teor alcoólico adequado-13,5%. Um pouco enfumaçado indicando a passagem por madeira. Pequena, por sinal.
Um vinho leve, elegante, muito perfumado, pouco encorpado, embora marcante. Destaque também para sua pouca tanicidade, uma característica da Pinot Noir.  Na realidade ela marca presença por sua suavidade. Sabor de cerejas frescas muito presente deixa o vinho bem frutado.  
É um vinho descompromissado e com um frescor ímpar, o que o indica para reuniões informais tipo happy hour.
Deixa um retrogosto duradouro.
Mais um Golaço do Galvão Bueno. Um excelente vinho. Um Pinot Noir de respeito.
 Deguste-o refrescado como se fora um vinho branco. Esta é a minha opinião.

DEGUSTAR , DESFRUTAR E MERECER


DEGUSTAR , DESFRUTAR  E MERECER
FlávioMPinto
Você já se imaginou se preparando para abrir e beber um Premiére Gran Cru Château  Margaux? Ou um Sauternes Pauillac? Ou mesmo um L’Hermitage lá de Côtes du Rhône?
Que tal um Château Haut-Bryon?
Que momento mágico combinará com tal?
Como preparar-se para tal momento? Sem dúvidas, no mínimo uma taça de cristal, não?
Um terno caprichado, um mordomo de luvas....uma música do Yanni no tocador de músicas e por aí vai. Uma preparação sobre o que se vai beber , principalmente um vinho importante, é algo muito salutar. Podemos dar um pulo na História, na Geografia e porque não na Filosofia? Boas maneiras, elegância, ih, já estamos longe.
Sempre digo que vinho rima com sofisticação. É a bebida dos deuses,  reis e rainhas mundo afora, historicamente.
E acredito que merecemos tal honraria. Fazemos por merecer.

sábado, 16 de junho de 2012

CHÂTEAU LES MILLAUX PRESTIGE 2009


CHÂTEAU LES MILLAUX PRESTIGE 2009
FlávioMPinto
Mais um filho dileto das margens do Dordogne. É de Bordeaux Supérieur, de um vinhedo entre Saint Emillion e Bordeaux. Lá impera a Merlot.
Vem, mais especificamente de Saint Martin du Bois, uma pequena comuna da Aquitânia com pouco mais de 500 habitantes segundo censo de 1999. Não deve ter crescido muito até os dias de hoje. De lá, o Domaines Les Millaux produz  seus vinhos tintos maravilhosos.
É de uma cor escura, forte, com bouquet reconhecido da Merlot. Suave, perfumado. Feito de Merlot(70%), Cabernet Franc(15%) e Cabernet Sauvignon(15%). De lágrimas rápidas.
Na boca destacam-se sabores frutados característicos de framboesas e cerejas maduras e outros sabores exóticos. Seu teor alcoólico-14%- casa bem com o médio corpo. Um vinho elegante de boa presença mesmo com o médio corpo e média tanicidade. Macio, aveludado, muito fácil de degustar. Não é muito complexo .
Deixa um retrogosto muito duradouro e marcante.

domingo, 10 de junho de 2012

CHÂTEAU CHENU-LAFITTE 2009


CHÂTEAU CHENU-LAFITTE 2009
FlávioMPinto
Um vinho interessante de Bourg-sur-Gironde, localidade situada a norte do encontro do Garone e Dordogne, na margem direita do Gironde. Poucas referências no rótulo nos fazem rodar a taça na procura de suas origens exatas e composição vinífera. Sem dúvidas que é um blend bem bordalês. A única referência á mostra é que pertence a Appellation Bordeaux Controlée, algo que já lhe dá credibilidade.  
A começar a avaliação pela cor e bouquet , vemos que é de um vin rouge de ricos aromas, frutados, no entanto pouco perfumado, não exalando o rico aroma que normalmente os filhos de Bordeaux liberam. O teor alcoólico de 13% exibe lágrimas rápidas e pouco generosas.
Na boca, mostra-se elegante, fino, e de taninos bem definidos. Na minha avaliação, destaca-se a Cabernet Sauvignon, pois não é macio nem sedoso o que nos levaria á preponderância da Merlot. A própria localização de Bourg-sur-Gironde já indica a preponderância da Cabernet Sauvignon. Apresenta-se um pouco picante, mas nem tanto, apenas de leve. Assim como uma breve passagem por carvalho se mostra presente também levemente.
Um retrogosto curto e um pouco abaunilhado, mas com tendência a cerejas.  Um vinho de corpo médio, pouco marcante na sua trajetória, embora o sobrenome Lafitte leve a vinhos mais significativos e marcantes.
A vinícola foi comprada por chineses em 2010

segunda-feira, 28 de maio de 2012

CHÂTEAU VIEUX GEORGET BORDEAUX SUPERIEUR 2006


CHÂTEAU VIEUX GEORGET BORDEAUX SUPERIEUR 2006

FlávioMPinto
Mais um vinho certificado da agricultura biológica francesa, tão em moda nestes dias.
O Château Vieux Georget fica na cidadezinha de Saint Laurent Du Bois, no departamento de Gironde,  uma pequeníssima vila de não mais de 300 habitantes no estuário do  Gironde. Meia dúzia de casarões cercados de videiras por todos os lados e colinas onduladas , a perder de vista, que variam de 37 a 97 metros de altitude. Parece a região da Campanha gaúcha.
Jean da Fré produz um vinho engarrafado no Château com a vocação da Cabernet Sauvignon. Violeta, forte, perfumado, dando ares de sua graça já no destampar da rolha. Um bouquet bem ao gosto bordalês: frutado com notas cítricas e menta.
Na boca, a forte presença de cerejas, baunilha e framboesas. Notas de eucalipto também se fazem presentes deixando o vinho um pouco picante. Mentolado levemente.  Seus 12% de teor alcoólico são bem nítidos.
Medianamente encorpado, com taninos macios , mas bem pronunciados. Complexo, deixa um retrogosto duradouro.
Um Gran Vin de Bordeaux.
Esta é a minha opinião.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

VALRÉAS “Cuvée prestige” Côtes Du Rhône Villages 2010


VALRÉAS “Cuvée prestige” Côtes Du Rhône Villages 2010
FlávioMPinto
Um Côtes Du Rhône meio rústico. É um Village, uma versão mais regional do blend do Côtes Du Rhône. É da AOC Côtes Du Rhône feito pela Cooperativa Union des Vigneron de Côtes Du Rhône –Vigneron de l’Enclave, de Tulete-France. Composto de 75% de Grenache e 25% de Syrah é de uma cor bem característica, da mais conhecida combinação de castas do Rhône. Um violeta forte, escuro, impenetrável com bordas já clareando. Queiram ou não é um Côtes Du Rhône. Ainda é jovem, mas se revela num bom estágio para beber. O bouquet do blend se apresenta logo ao se desarrolhar a garrafa inundando o ambiente. Cerejas e flores silvestres se pronunciando.
Pouco amadeirado e com sabores de ameixas, morangos e pimentas é de médio corpo, tendendo a um Pinot Noir , mas nos remete a personalidade da Grenache, casta típica do vale do Rhône e partícipe de todos os blends que distinguem os vinhos daquela área.
Retrogosto forte e duradouro. O teor alcoólico de 13,5% não mascara a passagem por madeira nem as  frutas. Muito tânico e alcoólico. Marcante. Potente. Complexo. Não é fácil entendê-lo. Mas um belo vinho.
Beba-o pouco refrescado. Talvez uns bons anos de guarda o faça bem melhor. Mas assim já está bom.
Esta é a minha opinião

O pronunciamento de Zanini


Reproduzo aqui o pronunciamento insuspeito de Luiz Henrique Zanini, da Vinícola Vallontano, sobre as tentadas salvaguardas.Total apoio as suas palavras.
O pronunciamento de Zanini

Luiz Henrique Zanini é enólogo e proprietário da Vallontano, pequena vinícola gaúcha. Durante um evento que reuniu as pequenas empresas produtoras, no Restaurante Aprazivel no Rio de Janeiro, fez um pronunciamento, contra as salvaguardas, que merece ser compartilhado. Vamos a ele.
“ É com imensa alegria que iniciamos este encontro. Hoje é um dia de júbilo inebriante, um dia de celebração. Estamos aqui para resistir a tentativa de genocído da diversidade do vinho no Brasil. Estamos aqui para resistir ao fim da pluralidade, estamos aqui para dizer a verdade, a nossa verdade,a única verdade.
Estamos aqui porque não queremos ser engolidos pelo monstro da economia de escala. Estamos aqui para defender os vinhos brasileiros, e sobretudo para debater a tentativa perversa de privilegiar apenas a grande indústria de vinhos no Brasil em detrimento da artesania.
O Aprazível, já foi palco de outras batalhas e novamente abre suas portas para um momento importante e histórico, e sem precedentes para os rumos da vitivinicultura no Brasil. O Aprazível é para nós, pequenos produtores brasileiros, o fórum legítimo para discutir a vitivinicultura brasileira. O palco perfeito para quem não tem vez e voz em sua própria terra.
É o púlpito para ressonarmos nosso descontentamento com as políticas impostas pelo setor, e por todas as entidades que apóiam o Selo Fiscal e a Salvaguarda. Falam em patriotismo, falam em brasilidade, falam em responsabilidade, falam em abrir a cabeça, falam em erguer a taça, falam em dizer sim.
Mas também nos acusam de boicotadores, de traidores do vinho brasileiro. Pois bem, gostaria de questionar quem são os traidores de fato. Será que nos venderíamos por 30 moedas? Será que teríamos todo este poder que agora nos imputam? Se não, vejamos: quem boicotou as mais de 400 vinícolas que foram contra o Selo Fiscal?
Quem boicotou os cidadãos que firmaram de próprio punho, através de abaixo assinado, esta contrariedade? Quem boicotou o pequeno produtor ao pedir que derrubassem a normativa que isentava o Selo fiscal para vinícolas que produzissem até 20.000 litros de vinho? Quem está boicotando a discussão sobre o sistema tributário Simples para as pequenas vinícolas?
Quem boicotou as vinícolas familiares que foram fechadas por não respeitarem a impraticável normativa IN 05 (normativa esta que impossibilita qualquer agricultor de fazer vinho em sua própria propriedade?) Quem boicota os pequenos agricultores e os trata como verdadeiros criminosos por fazerem vinho para seu próprio consumo? Quem são os boicotadores do vinho brasileiro?
Acusam indiscriminadamente os pequenos produtores, por estarem ligados a esta ou aquela importadora, acusam pequenos produtores por serem desta ou daquela etnia, acusam os pequenos produtores de serem deste ou daquele estado,acusam os pequenos produtores de estarem promovendo o cáos.
Acusam os pequenos produtores de serem manipuladores de informações. Assim assistimos perplexos a tudo isto, a falta de elegância destas pessoas que estão botando abaixo a imagem do vinho brasileiro,.
Prezados cidadãos e cidadãs, o marketing não esconde atos fascistas, o marketing não limpa a alma, o marketing não forja caráter, o marketing não faz vinho! Mas querem reverter através dele a insanidade que foi o pedido de Salvaguarda. Ora vejamos sobre a luz da razão esta abominação, Quem pediu a Salvaguarda para os vinhos brasileiros?
Segundo um renomado enólogo e produtor de vinho brasileiro, foram as entidades “representativas” do Setor que pediram a Salvaguarda, mais ninguém. E quem são estas entidades? De que elas são formadas? De que matéria? De seres inanimados? De biomas desconhecidos? De lontras, leões marinhos, salames, porcos, raposas? Quem são seus dirigentes?
Será que estas entidades abririam suas atas publicamente para termos acesso a estas votações? Tanto do Selo Fiscal quanto da Salvaguarda? Ou elas não existem? De onde surgiram estas idéias? Da caixa de pandora? Onde estas idéias foram debatidas? Quando, como e com quem? Estas atas não apareceram e nem vão aparecer, porque apenas poucas vinícolas decidem por centenas de produtores.
Fácil agora recorrer a cortina obscura das “entidades representativas” do setor, para safarem-se do imbrólio. Disseram também que a Salvaguarda é um ato social, pois dela dependem 20.000 famílias. Gostaria de saber se as 20.000 famílias sabem das contrapartidas da Salvaguarda? Para que o governo adote as medidas protecionistas o setor se compromete a implementar diversas medidas compensatórias.
Vejamos algumas delas: “a implantação de 1.500 ha de vinhedos em áreas fora das áreas tradicionais”, quem sabe propomos as 20.000 famílias serem os novos pedestres do mar vermelho protagonizando mais um êxodo na história? Quem tem mais condições de implantar estes 1.500 hectares?
Outro exemplo, será a diminuição de até 15% do custo de produção da matéria-prima e redução em 35% com relação a regiões tradicionais, onde hoje habitam estas 20.000 familias. Além disso, teremos que aumentar 37% a produtividade dos nossos vinhedos, ou seja, teremos que piorar a qualidade de nossa uva? Isto é insano! E pasmem, a Salvaguarda incentiva fusões de empresas para ganho de escala, e pretendem investir do 3º ao 8º ano, 40 milhões de reais em promoção “coletiva”.
Quem pagará esta conta? Para quem está sendo direcionada esta “coletividade”? É revoltante saber que nos últimos anos as grandes coorporações conseguiram tudo do IBRAVIN, e este mesmo instituto não apresentou um único plano para melhorar a competitividade das vinícolas familiares.
Ao contrário, nos presenteou com o burocrático e ineficaz Selo Fiscal. Não apresentou uma única proposta para financiar pequenos produtores e incentivar a vitivincultura familiar, ao contrário está exigindo cursos de qualificação para o implantação de uma normativa utópica e impraticável para os colonos, a IN05.
Não há um único projeto para vinhos artesanais no país, ao contrário puniu os agricultores que elaboravam vinhos em suas propriedades. Novamente pergunto quem está sofrendo o boicote durante anos?
Quem são os boicotadores. A grande indústria brasileira usa a ardilosa estratégia de se colocar como vítima. Queremos saber quem está de fato boicotando o vinho brasileiro? Meus caros, por isto estamos aqui, para dar nossa resposta de forma elegante e prazerosa, ao evento que simultaneamente acontece neste exato momento em outro local promovido pelos defensores do Selo Fiscal, da Salvaguardas e das Normativas, que servem apenas de instrumentos de defesa, numa vergonhosa e escancarada tentativa de reserva de mercado.
Se fizeram dívidas e dimensionaram mal o seu mercado e suas expansões agora que paguem! E não dividam sua dívida com o setor, se fosse assim, também gostaríamos que o governo pagasse nossos Proger e Prodefrutas. Mas ao invés da choradeira estamos aqui, no verdadeiro campo de batalha “o mercado” tentando vender nossos vinhos sem nenhuma salvaguarda, sem recorrermos ao “tapetão”!
Não poderia deixar de fazer referência a um grande homem de coragem, e proprietário do restaurante que possui a melhor carta de vinho do Brasil, Pedro Hermeto. Parabéns pela coragem, pela determinação e entendimento.
O Aprazível foi e sempre será a grande referência para o vinho brasileiro. Também agradeço a todos que se empenharam nesta luta de defesa do pequeno produtor brasileiro.
Certamente o sacrifício e o sudário impressos em nossos dias, não nos roubaram a dignidade, nem execraram de nós a sensibilidade; ao contrário, nossas gárgulas inundaram as nossas vidas de alegria e serenidade. O vinho imaculado corre em nossas veias como o Vesúvio em seus tempos de glória! Somos parte de um mesmo corpo, amantes de um mesmo amor, fugitivos de guerra procurando a paz.
Como homens e mulheres de um novo tempo, temos somente um dever: procurar a verdade. Que ela nos guie e nos liberte, que ela nos desvende outros caminhos além daqueles indicados por outros, que ela nos esclareça e nos dê essência. Sigamos então a verdade da luz da lua numa noite de verão, bebamos um vinho autêntico com nosso melhor amigo, sejamos um pouco o corpo do Criador, sejamos os ramos da videira a frutificar pela eternidade, sejamos odres novos para o vinho novo.
Cantemos os salmos da vida, festejemos o Cântico dos Cânticos, sempre e sempre. Façamos do vinho o nosso filho unigênito, respeitando suas nuances e suas estações, façamos dele nossa vida, como nossos sonhos, outrora verdadeiros, como o mar calmo depois do verão.
Que os sonhos de cada um que se encontra hoje aqui, se tornem uma vinha fértil, que nossos braços sejam como os ramos e frutifiquem, que as nossas mãos toquem com delicadeza e carinho nossa colheita, e que nossos olhos habitem o infinito para sentirmos então todos os aromas indescritíveis, jamais sonhados, degustando a paz, e encontrando a vida plena.
No vinho a luz, no vinho a vida, no vinho o escárnio, a ousadia, no vinho o corpo, o sopro, a luz…
No vinho o mar,
No vinho o amor, o amor, o amor.
Assim seja!”

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O LADO BOM DA GUERRA CONTRA AS SALVAGUARDAS


O LADO BOM DA GUERRA CONTRA AS SALVAGUARDAS
FlávioMPinto
Como já disse um filósofo, tudo tem dois lados ou duas versões, no mínimo o lado de dentro e o de fora ou a minha e a sua versão.
Todas tem os lados bom e o ruim.
No Brasil, mais especificamente no mundo do vinho, para não dizer em outros que foram aplicadas salvaguardas e deixaram o outro lado correr solto, como no caso das aplicadas aos veículos importados e os mexicanos entraram a valer, no caso do vinho teremos uma invasão maior dos argentinos protegidos pelo MERCOSUL.
O vinho nacional, reconhecidamente progrediu a olhos vistos nos últimos anos. Ainda está a quilômetros dos europeus, mas concorre a par com os hermanos. E aí eles nos ganham no preço. Os consumidores desavisados ou sem conhecimento se “atiram” nos argentinos e chilenos de 5 dólares. Pudera, entram sem alíquotas enquanto os nossos são sobretaxados. Coisas de país tupiniquim! Verdadeiro tiro no pé!
Protegidos pelo MERCOSUL, produtos similares argentinos, principalmente, inundarão o mercado nacional. Já estamos presenciando isso no setor automotivo e agora, em definitivo, no setor vinícola. Não concorrem em qualidade, o que redundaria em concorrência saudável ao produto nacional, mas em preço, por certo depreciando o vinho nacional que se obriga a custar menos sem ganho na qualidade.
O lado bom, é que, fatalmente, a menos ou mais dias, o governo se obrigará a reduzir a tributação nestes produtos, com ganhos para todos, inclusive para o governo que arrecadará menos na unidade mas em volume ganhará. Assim ocorreu recentemente quando ocorreu uma diminuição do IPI dos automóveis. Muito pouco, mas redundou em fantásticas vendas e produção recorde.
No entanto, num governo que não abre mão sequer de um centavo na arrecadação dos impostos que lhe são afetos, é esperar para chover no deserto do Saara. Não vai adiantar ceder créditos nem abater impostos na folha de pagamentos do setor produtor de vinhos. Os 54% de impostos tem de ser reduzidos, e muito, para que o vinho nacional seja competitivo. Até internamente, pois os vinhos argentinos e chilenos, como já frisamos, atacam o mercado brasileiro aqui dentro do nosso território e sem reciprocidade alguma. E o produtor brasileiro, principalmente o pequeno, continuará a lutar contra dois inimigos.
Que o setor vinícola é aguerrido e lutador, é.
Que o setor vinícola é gerador de empregos e tecnologia, é.
 Que o setor vinícola brasileiro é competente, é.
Basta ver a revolução que está sendo causada pelos vinhos espumantes.
Então que se mostre mais e mereça o respaldo do governo de plantão.
Mas, se isso não aconteceu no setor de máquinas, no têxtil nem no automobilístico, que o vinícola espere sentado!