sábado, 28 de abril de 2012

BARONS PHILLIPPE DE ROTHSCHILD BORDEAUX 2009


BARONS PHILLIPPE DE ROTHSCHILD BORDEAUX 2009
FlávioMPinto
Um Barons Phillippe de Rotschild Pauillac, um Bordeaux rouge,  com preponderância de Merlot. Surpreendente. A confirmar a superioridade da Merlot na margem esquerda do Gironde. Mas temos esse Pauillac a nos surpreender. De cor violácea, forte, já nos remete aos grandes Sauvignon. Mas é um Merlot. De bouquet perfumado, tradicional de Bordeaux, muito nos agrada logo ao destampar a garrafa. Um perfume de cerejas, framboesas e menta. Tudo muito suave, mas marcante. É a presença da Merlot se impondo.
Com 80% de Merlot, 15% de Cabernet Sauvignon e 5 % de Cabernet Franc, nos apresenta lágrimas abundantes, generosas, caprichosas  e modorrentas que apontam para os 13,5% de álcool e sua viscosidade. Nota-se ao cair das lágrimas na taça.
Na boca, é um festival de frutas. Cerejas, framboesas, morangos maduros e até alcaçuz destaca-se para o regalar-se do bebedor. Encorpado medianamente, delicia o paladar de modo macio. Sedoso. Confortável. Enche a boca, mas de forma suave, não agride, pois seu caráter frutado superando o teor alcoólico prevalece. 
E não deixa de ser elegante e complexo ao apresentar  seus sabores cheios de personalidade. De taninos macios e perfeitamente adaptados ao estilo surpreendente de Pauillac.
 Um vinho de caráter, austero, estiloso e que nos remete a uma longa guarda. Um legítimo representante das terras viníferas do estuário do Gironde.
Esta é a minha opinião.

domingo, 22 de abril de 2012

MÁS DE LEDA 2007


MÁS DE LEDA 2007
FlávioMPinto
Um tinto da reconhecida vinícola espanhola Bodegas Leda, das Terras de Castilla y León,  uma das regiões demarcadas mais conhecidas do norte da Espanha. Um Tempranillo oriundo de vinhas de mais de 50 anos envelhecido por 12 meses em barris de carvalho.
Um vinho bem europeu. Sua cor violácea mostra um Tempranillo muito vigoroso com lágrimas bem generosas, bem definindo seu espírito espanhol e teor alcoólico de 14,5%.
Aromas complexos se desprendem nos confundindo com um bom assemblage. Cerejas, baunilha e madeira, se apresentam no bouquet do Más de Leda.
Na boca, não desaponta. Sabores frutados preponderando sobre a madeira, que de leve, nos mostra a passagem por barricas de carvalho. Baunilha e chocolate se destacando levemente.
Encorpado e exuberante, combina elegância com harmonia. Taninos domados o deixam agradável de beber. Não é ácido nem rugoso nem apresenta amargor.
Um Tempranillo deveras austero e complexo mesmo sendo um varietal.
Nos deixa um final duradouro, longo e agradável.
Um excelente vinho para ocasiões especiais.
Esta é a minha opinião.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ABBADIA ARDENGA BRUNELLO DI MONTALCINO VIGNA PIAGGIA 2005


ABBADIA ARDENGA BRUNELLO DI MONTALCINO VIGNA PIAGGIA 2005
FlávioMPinto
A muito desejava degustar esse Brunello, estava na adega na espera, apenas aguardava uma ocasião especial. Agora ele estava no ponto. Sete anos de guarda. A visita de um casal amigo de longa data proporcionou o momento adequado para a tal . Afinal, um Brunello merece espera e momentos dignos para ser consumido.
Tecer considerações sobre um Brunello, o mítico vinho de Montalcino, é fácil e difícil. Fácil, pela quantidade de sensações que ele nos desperta,  e ,difícil, pela responsabilidade do ato.
Esse era um DOCG da Vigna Piaggia, reduto da Abbadia Ardenga, reconhecido produtor de Brunellos de Montalcino.
Ao desarrolhar, já sentimos os aromas frutados do Brunello se desprendendo, como seu cartão de visitas, um abre-alas majestoso, liberado pela rolha. Com o nariz a postos, os aromas de frutas cítricas, cassis e até de flores, vão nos invadindo , sentindo-se os 14% de álcool. Perfumado, vai entranhando nas narinas de modo agradável e docemente.
De cor forte, profundamente violácea, ainda firme como bom vinho de guarda, assim é visualizado na taça.
Na boca, um mentolado misturado com sabores de framboesas e cerejas frescas nos enche de alegria. A passagem por barris de carvalho- obrigatória para os Brunello, passa despercebida ante a complexidade dos aromas das frutas apresentadas. Um soberbo frutado.
Um vinho potente, mas com taninos bem resolvidos, e ao mesmo tempo alegre e elegante. Cálido, e é claro, muito encorpado e de personalidade marcante.
Nos apresenta ainda um final duradouro e bem distinto. Um vinho de alma bem italiana.
A Abbadia Ardenga recomenda que “respire”  por 2 horas antes do consumo.
Esta é a minha opinião.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

RESTAURANTE TAUTA


RESTAURANTE TAUTA
FlávioMPinto
O Tauta é um restaurante situado na Rua dos Andradas, 804, bem no Centro Histórico de Porto Alegre. Vive cercado de outros pequenos bares que também servem petiscos e almoços PF e abrem nos fins de semana. A rua da Praia após a Praça da Alfândega na direção da Usina Gasômetro candidata-se a ser um arremedo de Cidade Baixa dada a quantidade de bares e afluxo de público, particularmente nas noites e fins de semana. É o novo point do Centro Histórico, mas são bares simples, sem nenhuma sofisticação. Comida di buteco, como diriam os cariocas, paulistas e mineiros.
Na sua área, o Tauta destaca-se por ser um ponto de comida variada. Sempre lotado. E, como a grande maioria dos restaurantes do Centro, seu foco é o almoço de segunda á sexta, mas abrindo também nos sábados ao meio-dia. É um local onde se pode comer uma boa sopa de capeletti, um bom naco de quarto de vitela  ou um vazio no ponto acompanhado de uma razoável quantidade de boas e variadas saladas e massas. Tem uma panqueca com molho de laranja que é uma delícia. Varia muito o cardápio seguidamente com feijoadas e sopas de lentilhas.
Seus dois ambientes acolhem bem seu público alvo proporcionando um bom conforto nas refeições. Ar condicionado funciona muito bem e o serviço é adequado. Simples e objetivo.
Um bom restaurante para um almoço no Centro de Porto Alegre e depois ir passear na Rua da Praia.
Esta é a minha opinião.

terça-feira, 10 de abril de 2012

NUTRI VIDA


NUTRI VIDA
FlávioMPinto
O NutriVida é um restaurante vegetariano situado no centro de Porto Alegre na Rua Siqueira Campos 617 esquina com Bento Martins.
Não é 100% vegetariano, pois possui uma ilha bem servida de grelhados- carnes, frangos e peixes- para atender toda freguesia. Ninguém é de ferro.
De tamanho médio, acomoda bem toda clientela, basicamente servidores públicos das redondezas, nos almoços de segunda a sexta-feira.
Como já disse , é vegetariano e serve uma penca de pratos de fazer inveja, saladas verdes e cruas, lasanhas e massas, diversos tipos de feijões e tortas salgadas. Não é a quilo e o serve-se é á vontade.
A ilha de grelhados mata o desejo dos carnívoros e os peixes-filés- são de boa qualidade. Tudo grelhado na hora e á vista e escolha do freguês.
Os sucos e doces de sobremesa também são um caso á parte. Bem feitos e passam a ideia de confecção com alimentos bem selecionados. Normalmente sucos de laranja, mamão e doces de ambrosia, tortas doces, pudins e gelatinas.
É um restaurante que cumpre bem sua tarefa de almoço diário, a bom e convidativo preço, serviço e higiene adequada.
Faz parte daquele rol de restaurantes do Centro Histórico em que se almoça e depois vai-se a caminhar pelo centro de Porto Alegre para “baixar a bóia” apreciando o movimento.

domingo, 8 de abril de 2012

PÃO E VINHO


PÃO  E VINHO
FlávioMPinto
Uma das combinações mais famosas , historicamente, é o pão com vinho. Desde os tempos bíblicos, da Santa Ceia, sua presença no mundo é uma constante. Muito antes como alimento.
Marca profundamente o pensamento e condutas cristãs, particularmente na Semana Santa cristã..
O “corpo e o sangue de Cristo” acompanham a liturgia da missa católica e fazem dela uma reprodução dos últimos momentos na Terra do Filho de Deus. É um dos mais fortes momentos da mística cristã, momento eterno da Santa Ceia, a última feita por Cristo com seus apóstolos.
Recordando uma passagem da Santa Ceia, referindo-se a Jesus Cristo, de acordo com as Escrituras:

“Tomando o pão, partiu-o e o deu a seus discípulos e disse-lhes:” Tomai e comei; este é o meu corpo; que vai ser dado por vós” E com o cálice cheio de vinho, ofereceu-lhes, dizendo: “Bebei, este é o sangue do Novo Testamento que vai ser derramado em vosso benefício.”
O pão e o vinho na Santa Ceia são mais que um símbolo. É a presença real e verdadeira de Cristo junto do seu povo, para perdão vida e salvação.
Os franceses, também um povo muito religioso e cristão, fazem dessa dualidade, o pão e o vinho, parte de sua cultura.
Assim também como os portugueses, que, na ilha dos Açores, na sétima semana após a Páscoa, realizam o “bodo”, um cortejo religioso que inclui refeições com pão, vinho de cheiro( vinho típico local feito de uvas americanas), cozido e “sopa do Espírito Santo”, uma sopa feita com pão umedecido com caldo de carne feito também com vinho de cheiro, hortelã e outros temperos.
O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo ao instituir a Santa Ceia se serviu dos alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas pessoas arrependidas, de fé e boa vontade.
Se estudarmos as Escrituras, descobriremos que o pão simboliza as necessidades básicas da vida humana. É o sustento da vida. Por seu turno, nas orações cristãs, o pão diário refere-se as nossas necessidades terrenas. O pão da santa Ceia relembrada nas missas , nos recorda a absoluta  necessidade de nossa vida espiritual.
Já o vinho nas Escrituras, simboliza a luxúria, abundância, banquete, gordura, , prosperidade, abundância, alegria e satisfação (Dt. 28:51; Sl. 104:15; Is. 55:1; Joel 3:18). Ele representa aquilo que está acima e além das necessidades da vida, que torna a vida mais que mera existência, que dá satisfação e regozijo.
O vinho da ceia do Senhor, portanto, simboliza o fato que Cristo não é apenas a necessidade básica da nossa vida espiritual, mas a gordura, prosperidade e alegria dela também. Ou, para colocar de uma forma diferente, o vinho nos lembra que Deus em Cristo nos dá o que precisamos, mas além disso, sempre nos dá "muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos" (Ef. 3:20). Deus é deveras rico em misericórdia e cheio de bondade para com o seu povo.
Esses dois elementos da ceia do Senhor, tomados juntos, nos lembram uma vez mais que Cristo é tudo.
E assim recomenda, S.Paulo em relação ao banquete eucarístico, o posicionamento em relação aqueles dois símbolos:
“... - Portanto, sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha. E, assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se cada qual a si mesmo e, então, coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.(1 Cor.11,26-29).”
O pão e o vinho, portanto, são emblemáticos para a civilização cristã. Símbolos do que há de mais nobre e significativo na doutrina cristã, no seu momento mais solene.

domingo, 1 de abril de 2012

CASA PEDRUCCI BRUT


CASA PEDRUCCI BRUT
FlávioMPinto
Gilberto Pedrucci é um dos maiores enólogos e fazedores de vinho do Brasil. Reconhecido aqui e no exterior. É o vigneron da Casa Pedrucci, uma pequena vinícola de Garibaldi.
Conheci-o em duas oportunidades: uma na ECARTA em Porto Alegre  numa apresentação da Vinícola e, noutra, numa mostra de vinhos no cais do porto em Porto Alegre.
Em ambas as mesmas observações: um produto fino, distinto e feito por quem sabe das coisas. Um produto sério feito por uma vinícola competente.
Feito á champenoise, o Brut da Casa Pedrucci de cor amarelo palha nos apresenta uma perlage fina e persistente. Muito agradável sua primeira apresentação. Distinta.
No nariz desprende aromas de flores e maças verdes bem salientes. Muito legal o bouquet do Brut.  Marcante. Fino já de cara.
Na boca, os aromas se convertem em sabores de maça, laranjeira e flores  e uma agradável acidez que contagia.  O teor alcoólico de 12,5% cabe bem dentro do paladar. Elegante, macio, fresco e adocicado no ataque inicial. Apresenta ainda uma leve cremosidade e persistência marcante. Uma harmonia de sabores de fazer inveja a muito champagne.
Um produto muito fino dirigido a pessoas realmente especiais.
Um espumante, de produção limitada,  feito com Chardonay, Riesling Itálico e Pinot Noir com qualidade de champagne, encaminha muito bem a tendência de constituir-se uma zona demarcada para os espumantes em Garibaldi. Não é á toa: Garibaldi é reconhecida como a Capital brasileira do Espumante e o Brut da Casa Pedrucci se credencia como um dos melhores.
Nota DEZ para o Gilberto Pedrucci e seu produto, um belo espumante para nos encher de orgulho.
Esta é a minha opinião