sábado, 30 de janeiro de 2016

O ESPUMANTE


O ESPUMANTE

FlávioMPinto

Líquido, ou caldo, feito com a fermentação de uvas brancas ou tintas descoberto pelo monge Dom Pérignon em 1616. Normalmente usa-se a Chardonnay, branca, como principal, mas não é estranho usar-se tintas como a Pinot Noir, numa fermentação em branco.

Duas maneiras principais de se fazer espumantes: métodos Charmat e o Champenoise. No Charmat, as fermentações- duas- se dão em tanques de inox de grande capacidade e no Champenoise, método tradicional,  nas garrafas onde será engarrafado o liquido.

O espumante chama-se Champagne para o produzido unicamente na região francesa de Champagne. Mesmo na França, fora dessa região, chama-se Crémant. Na Itália temos o Prosecco feito com essa uva no Vale do Vêneto, o método Asti e também o Spumanti. Na Espanha leva o nome de Cava feito com uvas autóctones da Catalunha, nos EUA é Sparkling Wine.  Na América é o Espumante.

No processo de fabricação passa-se por fases do Dégorgement, inserido por Moet Chandon em 1803, que consiste na “degola” da garrafa para retirar á força as impurezas da fermentação; a fase de Remuage, criada por Nicole Barbie Ponsardin, a Veuve Clicquot em 1806,  que consiste em colocar as garrafas inseridas em pupitres e presas pelo gargalo, periodicamente girá-la para  melhor retirar as impurezas que descem para a tampa, evitando-se a quebra da garrafa; e a técnica de introdução do licor de expedição criada em 1782. Essa técnica permite dar o teor de açúcar á bebida e classificá-la como Nature( sem adição), Extrabrut, Brut, Sec, DemiSec  e Doce, em crescente acréscimo de açúcar.

O Brasil é um país perfeitamente adequado para o consumo de espumantes das suas característica meteorológicas. Calor sempre presente em alguma parte do território faz com que o consumo seja bem recebido e a personalidade de cada consumidor permite o consumo da bebida de acordo com essas características particulares.

Consta da história que os ingleses já consumiam espumantes aproximadamente 20 anos antes da descoberta de Dom Pérginom.

Hoje, os espumantes brasileiros, com destaque para os moscatéis, são muito consumidos e respeitados mundo afora.

Na última mostra nacional de espumantes -2015-realizada em Garibaldi, a terra dos espumantes nacionais, o destaque nº1 foi um espumante Brut da Vinícola Nova Aliança de Livramento, da Campanha gaúcha.

Saúde!

sábado, 23 de janeiro de 2016

JUAN CARRAU TANNAT 2013 CEPAS NOBLES

JUAN CARRAU TANNAT 2013 CEPAS NOBLES
FlávioMPinto
Um vinho meio distante do mercado brasileiro e acessível apenas a quem mora na fronteira do RS com o Uruguai. Encontrado nas mercearias de Rivera e nos seus freeshops. Custa US$ 5,80. Barato e muito bom.
É de uma cor violeta escura, forte e exala ao abrir, aromas de violetas , e também fortes de cerejas e tabaco, resquício da passagem por barris de carvalho por 18 meses. Muito aromático.
Vem do terroir do Cerro do Chapéu, parcela de terra uruguaia que adentra o Brasil com vinhedos entremeados de marcos fronteiriços, não se sabendo se o vinhedo acaba ou começa ora no Brasil ora no Uruguai.
Na boca mostra-se muito tânico, característica da uva, parecendo ter mais de 12,5% de teor alcoólico. Cassis e compotas no páreo.
 Um vinho pesado, encorpado, embora elegante. Muito complexo.
Não muito fácil de degustar por essas características que o fazem um vinho diferenciado numa faixa de vinhos mais rústicos. Muito forte e marcante. Personalidade tânica distinta e emblemática.
Um vinho que demonstra bem o que é  a Tannat uruguaia, uma uva potente, de caráter e personalidade  forte, ideal para acompanhamentos gastronômicos fortes, e bem condimentados. Carnes e massas com molhos complexos fazem boa parceria. No verão pode ser degustado bem resfriado, sem ser gelado, pois aí perderia suas qualidades.
Deixa um final bem tânico e duradouro.
Esta é a minha opinião.


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

CASA VENTURINI SAUVIGNON BLANC 2013

CASA VENTURINI SAUVIGNON BLANC 2013
FlávioMPinto
Um excelente vinho para o verão.
Cor amarelo esverdeada, brilhante. Exala aromas frutados de pêras, maças e outros cítricos.
Na boca os aromas surgem com sabores reforçando as pêras, pêssegos, maças, e até  melões. Frutas secas e damascos aparecem.
Um branco bem leve, fresco, aromático e refrescante, que acompanhou muito bem um ravióli de ricota. Sua acidez fez excelente parceria com a massa. Bem estruturado.
Persistente e muito distinto. Macio
As uvas são da região da Campanha-Sant’Ana do Livramento, onde a Góes Venturini se abastece, apenas as vinificando em Flores da Cunha. Deveria constar do rótulo essa designação, mas.....
Bem, um excelente vinho para o verão brasileiro, mais uma vez.
Seus 11,4% de álcool não fazem barulho.
Esta é a minha opinião.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Bottle Shock- o Julgamento de Paris, Randall Muller-EUA-2008


Bottle Shock- o Julgamento de Paris, Randall Muller-EUA-2008

FlávioMPinto

Filme americano baseado em fatos reais, que relata os bastidores do que passou a ser chamado, na comunidade vinícola internacional, de Julgamento de Paris. Filme rodado na California/Napa Valley, em 2008 contando a estória do Chateau Montelena .

Um filme imperdível para quem cultua a arte de degustar vinhos.

Ante o sucesso dos vinhos californianos em alguns mercados, o crítico de vinhos e dono de uma loja de vendas de vinhos em Paris- o inglês Steven Spurrier decide conhecer os vinhedos e os vinhos californianos.

Vivia no universo dos vinhos tradicionais franceses e não conhecia, e não dava crédito, a outras produções que não fossem as francesas. Confiava e acreditava no tempo , na idade de produção francesa para produzir vinhos de qualidade. Acreditava que só os franceses tinham o verdadeiro amor ao cultivo das vinhas e produzir vinhos fantásticos.

O enredo se desenrola depois quando Steve se encontra com Jim Barret, produtor local, que descapitalizado vai a um banco buscar um empréstimo para custear a produção de um vinho branco. Era sua tábua de salvação, pois jamais havia feito um vinho com tanto carinho e dedicação, mas que deixa como lastro para pagamento da dívida e já com a ameaça do funcionário do banco de tomar a vinícola caso não pague o empréstimo.

O primeiro contato de Steven com Jim já mostra que não eram só os franceses que cultuavam as vinhas e passa a visitar os vinicultores e seus vinhedos, sem deixar de degustar os vinhos. Além de ser surpreendido pela culinária local, mais ainda com amor que os “caipiras” da California dedicavam ao vinho. Trabalha com Jim o enólogo mexicano Gustavo, um jovem que trás o vinho nas veias e no sangue.

Ao checar o estado do vinho pronto, o branco estava com uma cor escura, fruto da fermentação malolática incompleta.

Ante o que degustava e sentia , Steven decide fazer uma degustação ás cegas em Paris contando com renomados vinhos franceses e os californianos que escolhera. Tudo arbitrado por degustadores franceses, críticos , jornalistas especializados e donos de chãteau. Queria fazer uma grande festa para comemoração do bicentenário da Independência americana. Com atuação de  surpreendente liderança de Bo- filho de Jim, os vinhos chegam a Paris para a competição.

A esta altura, Jim estava no banco para entregar sua produção como pagamento do empréstimo, quando recebe a notícia de Bo que a situação do vinho se revertera e clareava surgindo um vinho branco fantástico, como bem esperava com  Gustavo, salvando a vinícola da falência.

Para surpresa e incredulidade dos franceses, os californianos vencem nas três categorias- tintos, brancos e roses- com destaque para o Chateau Montelena de Jim Barret.

Os franceses desbancados na sua terra pelos vinhos californianos se rendem e dizem que isso seria apenas o começo e que a partir daquele evento iriam beber vinhos até da America do Sul com qualidade.

Estava aberto o caminho para os vinhos californianos do Napa Valley, ancestrais próximos dos vinhos da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, a região da Campanha.

Salut!

 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

BENJAMIN NIETO SENETINER CABERNET SAUVIGNON 2014

BENJAMIN NIETO SENETINER CABERNET SAUVIGNON 2014
FlávioMPinto
Um vinho argentino de frequência certa na maioria dos supermercados gaúchos. É, aqui só temos alguns nacionais, mas o grosso , a grande maioria, é de argentinos e chilenos. Parece que os atacadistas não querem que os gaúchos degustem vinhos de outras plagas e nos entopem com chilenos e argentinos. Bem diferente de outras cidades como Brasília e Rio de janeiro, que vou seguidamente, onde podemos encontrar vinhos do mundo inteiro até em pequenos supermercados. Ainda bem que temos casas especializadas em vinhos aqui.
Mas o Benjamin não decepciona. É um vinho simples, sem sofisticações nem aromas nem sabores complexos que exigem talento depurado para decifrá-lo. É para o dia a dia, nada mais do que isso acompanhando a maioria das refeições com tranqüilidade e  sem sobressaltos. Um amigo daqueles que você encontra , conversa sobre tudo sem maiores consequências.
Um bom parceiro, jovem,  de cor violeta forte. Exala aromas de frutas vermelhas como groselhas, mas não muito.
Na boca revela-se um Cabernet Sauvignon típico, bem encorpado e, mas pouco tânico, com o álcool não passando ao conjunto.
Deixa um final curto, mas marcante.
Esta é a minha opinião

O JULGAMENTO DE PARIS E O ESPUMANTE DA FRONTEIRA

O JULGAMENTO DE PARIS E O ESPUMANTE DA FRONTEIRA
FlávioMPinto
O Julgamento de Paris foi considerado o embate, na realidade, uma degustação ás cegas, envolvendo vinhos franceses e californianos em 1976.
O crescimento da indústria vitivinicola da California nos anos 70 chamou a atenção de um importante crítico e dono de um ponto de venda-a Academie Du Vin- em Paris.
Fez uma viagem exploradora para conhecer o terroir, as vinícolas e seus vitinicultores e , é óbvio, os vinhos californianos. Era um inglês que morava na França-Paris e desconhecia a realidade daqueles produtores que já incomodavam a França em alguns mercados. Sua formação era exclusivamente no mercado dominado pela cultura francesa do vinho e não aceitava outras intromissões. Vivia o mundo do vinho francês intensamente.
Acreditava que só os franceses tivessem o vinho como paixão e descobriu na América , na Califórnia, amantes do vinho do mesmo nível dos franceses. Apenas o tempo os diferenciava. Não a paixão e a dedicação. Como era o ano do bicentenário da independência americana, decidiu fazer uma competição entre os vinhos californianos escolhidos por ele dentre os melhores e seus preferidos franceses. Seria uma degustação ás cegas em Paris com degustadores franceses.
Pois bem, os californianos ganharam o primeiro lugar nas três categorias: tintos, brancos e rosés, para incredulidade dos tradicionais franceses.
Um fato semelhante ocorreu , e está ocorrendo agora no Brasil. Os vinhos e espumantes da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, a região da campanha gaúcha, estão se destacando no cenário nacional simplesmente porque o terroir é melhor  e mais adequado para o plantio e cultivo de vitisviníferas, originando vinhos melhores e mais finos. Os enólogos da fronteira não precisam se esforçar nem fazer mágicas  para produzir um vinho de qualidade, pois tem um excelente terroir de suporte.
Tanto os tintos como os brancos e espumantes estão se destacando no cenário nacional e internacional com uma produção que chegará nos calcanhares dos produtores da Serra gaúcha num prazo não muito longo. O fator principal é a qualidade dos vinhos do Pampa.
É só uma questão de tempo para as vinícolas da Campanha assumirem os primeiros lugares da produção nacional de vinhos finos. A Serra ficará com as uvas para sucos, como foi bem dito por um alto dirigente da Vinícola Salton, que já está investindo barbaramente em Livramento.
A última mostra de espumante do Brasil-2015- realizada na Serra gaúcha teve como destaque, o primeiro dos melhores, dos cinco premiados com a medalha máxima, um espumante  Brut da Vinícola Nova Aliança de Livramento. Foi vinificado na Serra, mas a matéria prima era do terroir do Cerro da Cruz/Palomas  em Livramento, evidenciando a vocação daquela região para uvas brancas concorrendo diretamente com os espumantes da Serra.
O terroir da Serra gaúcha, Garibaldi, nunca havia sido confrontado com outro terroir , pois era considerado,  pelo mundo vitivinícola brasileiro, como a casa do espumante nacional.Era incontestável. Ali a Chardonnay reina.
Mas parece que a uva francesa se aquerenciou e recebeu afagos na fronteira oeste do RS, ganhou novo lar  e está gerando espumantes muito distintos, basta lembrar o sucesso dos produzidos pela Campos de Cima de Itaqui e os da Guatambu de Dom Pedrito.
Isso é apenas o início e o futuro está logo ali, pois o cenário da região da Campanha já é outro com os vinhedos.
 foto- videiras da Campos de Cima em Itaqui

CONCHA Y TORO CASILLERO DEL DIABLO DEVIL’S COLLECTION RESERVA

CONCHA Y TORO CASILLERO DEL DIABLO DEVIL’S COLLECTION RESERVA
FlávioMPinto
Um vinho soberbo que exemplifica o estágio que se encontra a vitivinicultura chilena.
Simplesmente um vinho-escola para quem admira a degustação organizada  dos produtos de Baco.
Esta edição especial da Concha Y Toro do Casillero Del Diablo coloca a prova toda capacidade dos enólogos daquela vinícola chilena, uma das produtoras mais vendidas no mundo.
Um blend secreto com suas melhores uvas dos melhores terroirs nos presenteia com um vinho completo.
Ele não vale o preço de compra e sim, muito mais.Um vinho para ser degustado com carinho e toda reverência possível.
De cor violeta forte, exala aromas frutados e de chocolates. Um vinho sem qualquer aresta que nos leve a notar qualquer impedimento gustativo.
Sofisticado, elegante, cálido e sedutor, não deixando de ser potente enfatizando as melhores qualidades das cepas envolvidas.
É harmonioso e mentolado na medida.
Um belíssimo vinho da Concha Y Toro para o deleite dos admiradores desta prestigiosa marca.
Esta é a minha opinião.

ALIANÇA BAIRRADA RESERVA 2012

ALIANÇA BAIRRADA RESERVA 2012
FlávioMPinto
Vinho português feito de Touriga Nacional, Baga e Tinta Roriz, uvas padrão da Bairrada, uma das regiões tradicionais de produção de vinhos em Portugal.
Escuro, rubi forte, denso e impenetrável. A Baga é a uva que mais possui taninos no universo e o Aliança Bairrada Reserva 2012 não poderia deixar de ser tânico.
Forte, alcoólico com seus 13,5 % passando ao conjunto. Exala aromas frutados de groselhas.
Lágrimas abundantes denunciam sua untuosidade.
Estruturado e elegante. Terroso e perfumado deixando aromas e sabores de resinas de vinhos gregos. Muito encorpado. A madeira se faz presente.
Um vinho bem dentro da tradição antiga portuguesa de fazer vinhos tintos.
Deixa um final forte e resinado.
Esta é a minha opinião.

CASTILLO SAN SIMÓN MONASTREL 2013

CASTILLO SAN SIMÓN MONASTREL 2013
FlávioMPinto
Um elegante vinho espanhol. Foi o mais vendido naquele país em 2014.
Vem da DO de Jumilla, conhecida região produtora. A uva Monastrel é uma das mais conhecidas da Espanha.
De cor violeta fraca, lágrimas incisivas, com seus 12,5% de alcool se pronunciando.
É leve, bem aromático com cerejas, mirtilos se destacando. Algo de hortelã também se manifesta.
É bem cítrico e frutado.
Levemente encorpado ficando fácil de beber.
Pouco untuoso e tânico na medida.
Deixa um final curto mas marcante.
Esta é a minha opinião.

SANTA CAROLINA MERLOT RESERVADO 2014

SANTA CAROLINA MERLOT RESERVADO 2014
FlávioMPinto
Um chileno jovem, mas de boa cepa.
Exala aromas de violetas e framboesas numa cor violeta forte.
Taninos bem domados, mas presentes . Se dá para sentir.
Medianamente encorpado e elegante, mesmo sendo um vinho simples, para o dia a dia da Vinícola Santa Carolina.
Bom custo-benefício, como a maioria do vinhos chilenos, fruto da isenção do imposto de importação.
Deixa um final longo e frutado.
Esta é a minha opinião.

SANTA HELENA CABERNET SAUVIGNON 2013

SANTA HELENA CABERNET SAUVIGNON 2013
FlávioMPinto
Mais um guerreiro chileno que invade o mercado brasileiro com sucesso.
É do Vale Central, de cor rubi forte exalando aromas de frutas vermelhas como baunilhas.
Medianamente encorpado, elegante com tostados presentes. É um vinho para o dia a dia, mas rico em aromas e sabores sem deixar de apresentar uma suave elegãncia.
Na boca, voltam as baunilhas juntamente com framboesas.
Fácil de beber e apresenta excelente custo-benefício.
Deixa um final longo e duradouro.
Excelente para quem está se iniciando na arte de degustar vinhos, pois não é agressivo e tem seus  taninos bem domados.
Esta é a minha opinião.