segunda-feira, 26 de agosto de 2013

DALL’AGNOL DMD CABERNET SAUVIGNON 2005


DALL’AGNOL DMD CABERNET SAUVIGNON 2005

FlávioMPinto





Este é um vinho casca grossa: já chega com a recomendação que deve ser decantado por no mínimo de 10 hs. Êta colono duro de roer, já de chegada, impondo condições para ser domado. Exagero do Irineo Dall' Agnol, enólogo e proprietário.

É um remanescente da excelente safra de 2005, vem de Faria Lemos, para início de conversa. Tem cancha. Feito através de uma técnica desenvolvida pelo proprietário e enólogo chamada DMD- Dupla Maturação Direcionada, na qual “além da maturação tecnológica natural da uva, provocar uma segunda maturação através do corte de parte dos ramos que sustentam os cachos,  provocando uma forte passificação das bagas ainda no vinhedo”.

Como diz o rótulo- Um vinho especial para pessoas especiais. De fato, a cor meio opaca com halos alaranjados já mostra um vinho que não é jovem e merece cuidados especiais.

Desprende aromas fortes frutados de cerejas e de cassis além de notas balsâmicas. Na boca, ás notas balsâmicas, juntam-se as de frutas passificadas como ameixas pretas e figos secos. Remete-nos ao vale do Vêneto na Itália com seus Amarones longevos. As passas são marcantes e reveladoras.

Não é muito untuoso e as lágrimas revelam isso. Medianamente encorpado e de taninos bem domados e presentes.  O teor alcoólico de 13,5% se faz presente.

Um vinho de exceção, diferente de tudo que se produzia e se produz no Brasil.

Não é exagero do enólogo “pedir” para deixá-lo decantar por mais de 10 hs. Fiz a experiência e o resultado foi assombroso. Na segunda rodada surgiu um outro vinho maravilhoso. Continuou frutado,  mas suave, redondo, macio. Com notas de frutas em compotas e flores brancas.

Um vinho extremamente aconchegante e perfumado. Mas uma bomba de cerejas e  mirtilos doces e suaves. Uma verdadeira delícia escondida na garrafa. Daí a preocupação do enólogo.

Se não soubesse de antemão que era um Cabernet Sauvignon, estaria quebrando a cabeça para saber qual casta era o vinho, tal a complexidade de aromas e sabores evidenciados.

Deixa um final longo e marcante.

Um senhor vinho. Um vinho raro e de meditação. Irineo Dall’Agnol está de parabéns!

Esta é a minha opinião.

sábado, 24 de agosto de 2013

VINHO DE MEDITAÇÃO


VINHO DE MEDITAÇÃO

FlávioMPinto

Meditar é um ato puramente individual, onde o meditante se encontra consigo mesmo num ato puro, solitário, conectando-se com o mundo espiritual.

Ao meditar, nos colocamos num estado tal que nos remete ao nosso lado espiritual, mais sensível, misterioso, buscando um lado da vida em que o nosso espírito nos dirige.

Não é uma vida de sonhos, mas um lado real que podemos alcançar quando nos munimos dos mais sinceros e absolutos pensamentos para chegarmos a uma verdade só alcançada em momentos excepcionais.

O vinho de meditação vai nessa direção. Não é um vinho para ser degustado de modo tradicional. Busca-se, na forma de beber, que seja atingido um êxtase não só na forma espiritual, mas também em relação ao vinho que se está degustando.

Esse tipo de vinho é difícil de encontrar. São envoltos em mistérios que só a degustação decifra. Não são para qualquer bebedor,  encará-los é um desafio. Entendê-los, outro.

São vinhos de excepcional qualidade, de safras raras e vinícolas de ponta, são considerados de meditação. Normalmente vinícolas pequenas, daquelas de fundo de quintal ou de garagem na linguagem moderna. Pouca produção, pouco volume de vendas, quase desconhecidos do grande público. Mas irretocáveis na qualidade.

O vinho é uma bebida sagrada desde os tempos bíblicos. E o ritual para saboreá-lo também. É procurar sentir os aromas depois os sabores que saem do líquido aprisionado por longa data e que deseja, no seu silêncio, a liberdade para nos agradar.

O vinho é um organismo vivo que continua a evoluir na taça em que foi servido. O prazer em descobrir tudo que ele esconde é uma dádiva que pode ser decifrada por quem busca entendê-lo. A complexidade de aromas , cor e sabores é seu corpo, espírito e alma, nos leva a meditar pelas sensações físicas e químicas que nos transmite.

Um vinho que nos leva a meditar deve ser respeitado por tudo que representa. Terroir, vinícola, safra, castas.

Vinhos de meditação também é um vinho com história e estórias.

Um vinho que deixa rastro na nossa mente.

"O vinho molha e tempera os espíritos e acalma as preocupações da mente... ele reaviva nossas alegrias e é o óleo para a chama da vida que se apaga. Se você bebe moderadamente em pequenos goles de cada vez, o vinho gotejará em seus pulmões como o mais doce orvalho da manhã... Assim, então, o vinho não viola a razão, mas sim nos convida gentilmente à uma agradável alegria." Sócrates-470-399 aC

 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

AOC/DOCG/DOC/IGP o caminho a curto prazo para a região da Campanha gaúcha


AOC/DOCG/DOC/IGP o caminho a curto prazo para a região da Campanha gaúcha

FlávioMPinto



Logo que se toca no assunto vinhos, vinicultura, vinhos finos, vem o caso das regiões demarcadas. Região demarcada é indissociável de vinho de qualidade. Essa história começou em Bordeaux lá pelos anos de 1850, se bem que a primeira região demarcada foi a do Douro em Portugal e já se encontra fortemente consolidada em inúmeros países.

O nome varia de AOC-Appellation d’Origen Controllé na França, DOC- Denominazione de Origen Controlatta e DOCG- Denominazione de Origen Controlatta e Garantida na Itália, DOC também na Espanha e Portugal. Existe também a IGP na França- Indicação Geográfica Protegida e IGT na Itália- Indicação Geográfica Típíca. Nas áreas IGP estão as AOP-Appellation d’Origem Protegée. O fundamento de todas é o mesmo: identificar o terreno e os vinhos produzidos chamando-os pelo nome do terroir.

No Brasil avança a IP- Indicação de Procedência, semelhante ás IGT e IGP. Indica uma área e não uma uva exclusivamente para que o vinho possa ser chamado pelo nome. Chamar um vinho pelo nome é dizer: vou beber um Graves, um Sauternes e não um  Vale dos Vinhedos onde são cultivadas n castas.

As áreas francesas são emblemáticas. Imprimem fortemente uma marca local e regional. Daí surgiram as fantásticas AOC francesas. Um Margaux, um Cheval Blanc, um Vosne Romanée que o diga.

A região da Campanha gaúcha já está caindo de madura a opção por uma marca regional. Certamente Vinhos da Campanha será sem dúvida nenhuma uma marca forte, marcante e significativa. A partir daí podem ser criadas as AOC ou DOC e DOCG e até mesmo DOC, ou IGP e IGT, adjetivando a produção de vinhos de qualidade. Ou até criando outra como DOP- Denominação de Origem Protegida.

O que ainda esperam os produtores da Campanha para desencadear tais medidas? Eles são os que mais terão a ganhar com a identificação do seu produto.

Mãos á obra

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O VINHO QUE DEFENDO


O VINHO QUE DEFENDO

FlávioMPinto


Infelizmente temos de reconhecer que a excessiva carga tributária está matando alguns setores da indústria nacional. É fato inconteste. A concorrência estrangeira se delicia, pois as barreiras foram postas por brasileiros mesmo. Sim, brasileiros foram os que colocaram as barreiras contra os produtos nacionais.

Outro dia, me encontrava em um encontro para cultuar o vinho. Era uma palestra, não recordo o assunto específico, mas era o vinho.  Comentei , reservadamente com o cidadão que estava ao meu lado, sobre a infeliz situação em que se encontrava, e se encontra, o setor vinícola em relação aos congêneres sulamericanos, notadamente chilenos e argentinos que colocam o equivalente a duas produções nacionais no nosso mercado, tudo sem impostos. Um crime lesa-pátria.

Comentava ainda, da carga tributária que os nacionais são afetos a despeito da qualidade que a cada dia melhora. A concorrência nacional contra os chilenos e argentinos é de vinhos muito bons contra medíocres e perdemos pelo preço. Sim, o preço baixo vence a qualidade dos produtos acionais. Pois bem, comentava isso quando olho para trás e vejo no grupo de degustadores, o deputado que foi o autor da bizarra medida contra os vinhos nacionais: não taxar os castelhanos e sobretaxar os brasileiros em quase 60%. Não perderia a oportunidade de, naquele local, de contestá-lo. Devo ter falado alto, pois estava indignado com o acinte de ver aquela figura num ambiente que ele ajuda a destruir.

O caso é que, quando fui fazer uma intervenção na palestra o cidadão havia saído e não se encontrava mais no recinto. Com certeza ouviu o que eu falei e escafedeu-se. Não quis ser contestado nem confrontado com o que fez. Ficou para outra oportunidade, mas não vou me preocupar em andar atrás dele. Não vale a pena e ele acabará surgindo na minha frente, com certeza. Mais cedo ou mais tarde.

Mas o caso, independente dos impostos é a qualidade do vinho que está em jogo. Ninguém, de sã consciência, deixa de reconhecer que a qualidade do vinho nacional cresce de forma geométrica. É um fenômeno. Isto independe dos extorsivos impostos e da concorrência feroz que os chilenos e argentinos trazem ao nosso mercado por força de medidas e leis comerciais.

Os enfrentamos com qualidade e eles com o preço. Os nossos produtos superiores concorrem com os médios e inferiores deles e são superados no volume de vendas.

Eu defendo o vinho de qualidade e qualidade não tem preço, ainda mais no mercado do vinho. Com a entrada do vinho da região da Campanha no mercado, adicionando novas técnicas de plantio e vinificação, o produto nacional cresceu em qualidade e os vinhos estão aí para não me fazer mentir.

Novos terroirs, novas marcas, novos vinhos. O vinho da Serra gaúcha já faz tempo que apresenta qualidade indiscutível.

Nesta fatídica hora, em que os pequenos produtores estão sendo asfixiados pelos impostos, muitos fechando as portas dos galpões, o setor vitivinícola parece se engrandecer ante a concorrência do governo e dos sulamericanos importados sem impostos.

É bem sabido no mercado de vinho mundial, que os grandes vinhos são produzidos por pequenas empresas. O terroir do Romanée Conti , um humilde Pinot Noir da Borgonha, é de nada menos de 2,3 hectares! E veja-se o preço que alcança o seu vinho no mercado!!!Quase 10 mil dólares a garrafa.

O vinho gaúcho de pequenas vinícolas é, portanto, um vinho de combate, de sobrevivência. Pela qualidade e pelo preço. E os produtores nacionais, na sua imensa maioria pequenos produtores, são verdadeiramente heróis. Lutadores e valentes.

Que assim sejam vistos pelas autoridades.

ESTRELAS DO BRASIL NA SCANTINATO DI PEPPO


ESTRELAS DO BRASIL NA SCANTINATO DI PEPPO

FlávioMPinto



Mais uma vez a Confraria Bom Vin se reuniu para um show de enologia.

No dia 19 de agosto na Scantinato di Peppo, rua Mariante com Dona Laura em Porto Alegre, o encontro desta vez foi com a Vinícola Estrelas do Brasil, de Faria Lemos-distrito de Bento Gonçalves. Irineo Dall Agnol, proprietário e Alejandro Cardozo, o enólogo,  nos brindaram com seus tintos e espumantes numa noite fantástica.  Sim, fantástica, pois parecia-nos que estávamos degustando produtos notadamente franceses tal a qualidade dos produtos.

Iniciamos com os espumantes Nature, Brut, Riesling Itálico, Nature Brut e Nature Rosé Brut.  E mais um Nature 2006 cujo dégorgement foi feito no local para deleite dos confrades. Todos espumantes de primeira linha, mas destaco o Brut e o Nature Rosé Brut. Realmente diferenciados de qualquer outro produto nacional. Inigualáveis. Portentosos. Todos expressando os legítimos aromas e sabores dos produtos naturalmente.




Como não poderia de deixar, o final foi com a apresentação dos dois tintos da vinícola. Combinando bem com os espumantes, os vinhos não pareciam ter sido feitos no Brasil. Estão mais para tintos europeus longevos. Numa degustação ás cegas certamente confundiriam os desavisados.  O Superiore 2008, um assemblage de Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot, não deixa dúvidas que é um vinho de exceção. Escuro, forte, de aromas demarcantes e sabores fortes de um frutado muito elegante. O outro tinto, um varietal Cabernet Sauvignon 2005 não fica para trás. Parece um daqueles longevos da margem esquerda do Gironde, lá de Bordeaux, ou mesmo da Toscana ou Vêneto. Potente, sem deixar de ser elegante, rico em aromas e sabores da cepa, deixou um rastro final bem marcado.

A Vinícola Estrelas do Brasil está de parabéns pela mostra de seus espumantes e vinhos. Sentimos uma ponta de orgulho, sentimento também dos produtores de Faria Lemos, de podermos degustar produtos tão bons, delicados, elegantes e ainda por cima brasileiros.

ARROGANT FROG PINOT NOIR 2010


ARROGANT FROG PINOT NOIR 2010

FlávioMPinto



Jean Paul Mas nos apresenta mais uma do sapo arrogante e  saltitante. Um Pinot Noir perfumado de consumo rápido indicado pela tampa screw cap. Não o guarde.

Este é de um clone da Pinot Noir, a Lily Pad Noir.

De cor escura, forte, impenetrável, bem viva. No nariz mostra aromas de baunilhas e cerejas maduras. As lágrimas parcimoniosas indicam teor de 13,5% de álcool.

Na boca se mostra um legítimo Pinot Noir confirmando os aromas e adicionando violetas. Frutado com taninos bem conformados com o álcool.

Jean Paul Mas conseguiu fazer um Pinot Noir de excelência fora da Borgonha: seu sapo virou príncipe. Não é arrogante e sim competente.
Esta é a minha opinião.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Zanini e o momento atual dos pequenos produtores

Reproduzo um pronunciamento de Luiz Henrique Zanini, da Vinícola Vallontano, publicado no site Per Bacco, ante o terrível momento que passam as pequenas vinícolas gaúchas.Vinícolass estas que fazem parte da nossa cultura assim como a colonização italiana. A  recordar, são os pequenos produtores franceses que produzem os grandes vinhos e champagnes.

Zanini e o momento atual dos pequenos produtores


Luiz Henrique Zanini (da Vallontano)é presidente da União Brasileira de Vinícolas Familiares e há muito tempo vem lutando para tentar manter viva essa forma cultural da vitivinicultura brasileira. A situação atual desses pequenos produtores é desesperadora. Num documento denominado “Pequenas vinícolas agonizam”, Zanini tenta, num esforço final, reverter essa situação. Vamos ao documento.
“ O dado é estarrecedor. Mais de duas centenas de vinícolas fecharam nos últimos três anos apenas no estado do Rio Grande do Sul.
A Serra Gaúcha é a que mais sofre com estas baixas. As vinícolas familiares vão fechando uma a uma. Porões que antes armazenavam vinhos agora servem de garagem para tratores.
Áreas destinadas ao cultivo da uva estão virando pomares de ameixa e pêssego, culturas mais promissoras. É o prenúncio do fim da vitivinicultura familiar?
E o pior, não se vê qualquer reação por parte do governo nem por parte das entidades que deveriam lutar pelos interesses da vitivinicultura: todos assistem a quebradeira generalizada fingindo que nada está acontecendo.
Ou pior, sabem o que está acontecendo mas em nome de interesses de grandes companhias, fingem que se trata da seleção natural do darwinismo econômico.
Será o fim da cultura da vitis que tanto enobreceu os nossos antepassados? Por que o Simples não pode ser adotado pelas pequenas vinícolas? Por que é tão difícil reduzir a carga tributária do vinho? Por que somos reféns da boa ou da má vontade dos políticos?
Por que o empenho para a adoção do Selo Fiscal foi tão intensa e mobilizou até o Ministro da Fazenda, enquanto o empenho pelo Simples se reduziu a debates dentro das entidades e conteúdo de promessas eleitoreiras?
Os vitivinicultores brasileiros não deveriam tomar as ruas? Por que não parte do Ibravin a iniciativa de protestar em favor da vitivinicultura familiar?
Por uma única razão: vendendo vinho ou não, encolhendo mercado ou não, desperdiçando dinheiro em promoções fracassadas ou não, todos os que lá trabalham podem dormir tranqüilos.
E aposto que muito deles nem conhecem uma tesoura de poda e tratam o vinho como um produto de consumo qualquer como sabonete ou massa de tomate.
Não entendem que o vinho é um produto cultural, reflexo das especificidades de cada terreno, de cada mão que o elabora.
As regras do marketing tradicional provam-se inócuas quando aplicadas ao consumo de vinho. A prova está no encolhimento da participação dos produtos brasileiros no mercado total de vinhos a despeito dos milhões investidos em divulgação no carnaval.
Queremos um sistema tributário justo. Não queremos anuários, nem publicidade cara para cooptar (de)formadores de opinião. Não queremos investimentos em projetos megalomaníacos. A nossa Copa do Mundo é outra. Não queremos NR, IN, nem qualquer outra normativa.
Não queremos Selo Fiscal adotado a revelia da opinião da maioria dos produtores. O Selo Fiscal foi declarado como o meio perfeito para coibir o contrabando.Por ironia do destino somente as vinícolas brasileiras o utilizam hoje. Liminares concedidas a inúmeras importadoras isentam a obrigatoriedade do selo nos vinhos importados.
Então pra que tanto alarde em torno deste instrumento que de antemão já denunciávamos como burro e ineficaz? Não existe nada que diferencie um vinho contrabandeado de um importado legalmente.
Neste caso por que não revogam essa lei inconseqüente que já nasceu morta? Não queremos qualquer medida que burocratize o vinho.

Queremos baixa de impostos, URGENTE.

Queremos que cada real gasto em marketing corresponda a um ganho de fatia de mercado e não o contrário.
Desejamos que todos os produtores de todos os tamanhos recebam apoio do Ibravin indiscriminadamente e que possam participar das feiras e de seus projetos de maneira digna.
E espero acima de tudo que no próximo ano ainda existam pequenas vinícolas no Brasil para continuar a contar a história”.

domingo, 11 de agosto de 2013

ARROGANT FROG CROAK ROTIE 2010


ARROGANT FROG CROAK ROTIE 2010

FlávioMPinto




Um vinho muito delicioso. O arrogante e saltitante sapo francês volta a aprontar das suas neste assemblage típico de Côte Rotie a norte do Rhône. Syrah e Viognier juntas é o blend típico da região. O Croak Rotie vem de Pézenas, sul da França- do Languedoc  e é da IGP- Indicação Geográfica Protegida -do Pays D’Oc.

Feito com uvas dos cinco principais vales do Languedoc.

Escuro, brilhante muito aromático com aromas frutados e fumados demarcando sua passagem por barricas francesas. Lágrimas parcimoniosas indicam sua untuosidade e teor alcoólico de 14%.

Na boca confirmam-se os aromas. Encorpado sem deixar de ser elegante. Muito jovial. Cerejas, morangos e violetas se fazem presentes. Taninos bem demarcados.

Não é um vinho muito complexo, mas o sapo saltitante deixa seu recado a contento.

A tampa screw cap indica consumo imediato.

Paul Mas fez um Côte Rotie no Languedoc com toda pompa.

Esta é a minha opinião.

 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

DEGUSTAÇÃO CASA SILVA e CAVE GEISSE


DEGUSTAÇÃO CASA SILVA e CAVE GEISSE

FlávioMPinto

Ontem, 8 de julho, tivemos mais uma reunião da Confraria Bom Vin, no Le Bistrot, rua Fernando Gomes, 58, em Porto Alegre.

Mais uma noite agradável. A noitada foi capitaneada por Mario Geisse, reconhecido enólogo chileno, da Cave Geisse- Serra gaúcha e Casa Silva-Chile, que apresentou aos confrades, produtos da Casa Silva e espumantes seus.


A Casa Silva é um dos mais antigos e importantes conglomerados vinícolas chilenos com esmerada pauta de vinhos que abastece o Brasil a contento.

Vale dizer que, condizente com sua reconhecida capacidade e conhecimento, Mario Geisse proporcionou uma verdadeira aula de enologia durante mais de 1 hora aos atentos ouvintes. Paralelamente ás explanações, foram degustados espumantes e vinhos.

- Espumante Cave Geisse Terroir Rosé Brut- um espumante rosé de cair o queixo. Completo e complexo. Magnífico. Todo feito de Pinot Noir que marca fortemente o produto. Boa perlage e deixa um final adocicado bem definido. Cor salmão muito bonita.

- Cool Coast Sauvignon Blanc Casa Silva- um refrescante vinho amarelo esverdeado com sabores e aromas cítricos( laranjas e maracujá) com boa jovialidade, sabor altera-se para nuances de nozes no segundo gole; bem mineral e deixa um final bem prolongado.

-  Cool Coast Pinot Noir Casa Silva- um Pinot Noir dos Andes mediterrâneos, aroma inicial vegetal, boa acidez e mineralidade, taninos bem domados , frutas vermelhas se sobressaem no segundo gole.

- Gran Terroir Los Lingues Carmenére Casa Silva- Mario Geisse é reconhecido como o rei do Carmenére, uva descoberta no Chile no meio de uvas  Merlot, um vinho destas uvas feito por ele , não poderíamos esperar outra coisa senão a excelência do produto. Um vinho poderoso, mas elegante e suave.

- Quinta Generación Tinto Casa Silva- é o assemblage da marca com Cabernet Sauvignon, Petit Verdot, Syrah e Carmenére. Um vinho soberbo. Escuro, aromático e de grande potência. Um vinho marcante na noite comandada por Mario Geisse. De um final pleno e duradouro.


domingo, 4 de agosto de 2013

CALLABRIGA RESERVA ALENTEJO 2003


CALLABRIGA RESERVA ALENTEJO 2003

FlávioMPinto


Fui surpreendido com esse vinho português. Primeiro que a longevidade não é uma das características dos vinhos portugueses fora os longevos da Madeira, Porto e Moscatéis de Setúbal. Os vinhos portugueses na sua imensa maioria são jovens, frutados e bem vivos. Além de apresentarem uma gama imensa de uvas vinificadas.

O Callabriga 2003, portanto, é uma exceção. Tinto de Alfrocheiro, Alicante Bouschet e Tinta Roriz( Aragonez) é da Herdade do Peso, uma vinícola do Alentejo, uma das mais importantes regiões demarcadas de Portugal.

De cor vermelho púrpura, nos apresenta aromas frutados de cerejas e amoras além de notas balsâmicas. Na boca, surgem baunilhas e nozes reforçando os aromas.

Medianamente encorpado nos trás uma boa acidez em perfeito equilíbrio com o álcool-14%- não interferindo no mix frutado do vinho. De taninos bem domados.

É um vinho português diferente, mas curtido dentro da escola portuguesa de vinhos longevos.

Esta é a minha opinião.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

ARROGANT FROG RIBET RED 2010


ARROGANT FROG RIBET RED 2010

FlávioMPinto












 
Jean- Paul Mas é um dos enfants terrible da vinosfera francesa atualmente. Seus vinhos fazem furor por onde passam.

Nos apresenta a linha Arrogant Frog, um sapo abusado bem francês, que salta no copo com uma alegria sem fim.

Este Ribet Red é do Languedoc  da Appellation Pays D’Oc e um assemblage de Merlot e Cabernet Sauvignon. Faz parte da agriculture raisonée, uma vertente da agricultura orgânica ainda mais radical e regulada pelos Ministérios da Agricultura e Ecologia franceses que, no caso da vinicultura, apresenta seus produtos sem maquinações e subterfúgios com total respeito á ecologia.

Tampa screw cap indica consumo imediato.

Denso, escuro, com lágrimas informando sua untuosidade e teor de 13,5% de álcool, o Ribet Red chega com perfumes frutados de suas uvas, mas não é um típico Cabernet Sauvignon nem Merlot.

Bem encorpado parece ter passado pouco por barricas de carvalho, apenas uma marca indelével de fumados e um toque mais cálido é o que se sente.

Um vinho que enche a boca a cada gole. Um vinho que expressa bem as uvas que o compõem.

Deixa um final curto,  mas não compromete. Mais parece um vinho de garrafão com roupas modernas, um colono passeando na cidade.

Esta é a minha opinião.