domingo, 27 de janeiro de 2013

PURPLE ANGEL 2009


PURPLE ANGEL 2009

FlávioMPinto

 

O  Chile muitas vezes nos surpreende com a qualidade de seus vinhos. De preponderantemente varietais passaram a produzir assemblages acertadíssimos. Com um blend surpreendente, o Purple Angel, de Apalpa-Estado chileno, é um desses. Um requintado Carmenére com Petit Verdot. Um vinho superpremium da mais alta qualidade e de respeito da Montes, que já produz os conceituados Montes Alpha , M e Folly.

Impenetrável, cor púrpura intensa, o Purple Angel já chega trazendo aromas achocolatados, de tabaco e leves sândalos  oriundos, com certeza da Carmenére.  Na boca se manifesta como um vinho raro aristocrático e com algo de finesse que o destaca de qualquer outro. O teor alcoólico de 14,5% e sua tanicidade o colocam no patamar de vinhos de guarda, longevos. A Wine Advocate, de Robert Parker,  recomenda que o Purple Angel 2009 seja degustado entre 2015 e 2023. Eu já o degustei em 2013 e não tenho a ideia de como ficaria naquele prazo estimado pela conceituada revista. Se agora já é um vinho soberbo, mais amadurecido seria o néctar dos deuses. Mas não esperei e o bebi com gosto.

A não ser os europeus, não havia degustado um vinho sul-americano tão estruturado e rico em aromas e sabores. A Carmenére com 92% e a Petit Verdot com seus 8, acondicionadas em barris de carvalho franceses por 18 meses, nos entregam esse magnífico exemplar , o que nos indica que a vitivinicultura chilena já atingiu um outro patamar: o dos vinhos feitos por artistas do vinho. Perfeitos assemblages para se degustar ajoelhados agradecendo a Deus por recebermos essa dádiva.

Encorpadíssimo, o Purple nos remete aos longevos vinhos italianos, com traços de mirtilo e flores silvestres.

O que mais me surpreendeu foi o peso da garrafa que, vazia, parecia que estava cheia.

Esta é a minha opinião.

TORO LOCO TEMPRANILLO 2011


TORO LOCO TEMPRANILLO 2011

FlávioMPinto

Um Tempranillo espanhol cercado de marketing. Não é á toa: foi avaliado e colocado junto de vinhos dez vezes mais caros em recente avaliação na Europa. A avaliação foi na International Wines  & Spirits Competition na Inglaterra,no início de 2012. O caso é que seu sucesso chegou ao Brasil despertando a curiosidade nessa preciosidade.

Junto de dois amigos, o Adalberto, de Santa Rosa e o André, um tabelião de Rolante, o degustamos em 2013 na beira da praia de Capão da Canoa neste verão.

Pela rosca screw cap já se nota que é um vinho de consumo imediato.

Um Tempranillo claro, mais parecendo um Pinot Noir, cor violeta clara, poucos aromas, não despertou maiores atenções, apenas algo de framboesas, mas pouco. Talvez justificado por seu baixo teor alcoólico.

Na boca, seus 12,5% de álcool não conseguem esconder sua curta passagem por carvalho, lhe dando um ar de intelectual. Talvez essa questão tenha despertado os avaliadores. Ou talvez por não ser um Tempranillo clássico.

Medianamente encorpado, um vinho leve para degustação em fins de tarde sem compromisso. Mas é um vinho alegre, descompromissado e pouco frutado com restos de cerejas.Não me parece ser um vinho gastronômico.

Deixa um final curto, sem saudades.

Para mim, mesmo sendo um Tempranillo, não justifica a fama adquirida.

Esta é a minha opinião.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

HERZOG CHRISTOPH JUSTINUS KERNER 2009


FlávioMPinto

A uva Justinus Kerner( ou Justinus K.) é um cruzamento da Riesling com a tinta alemã Trollinger. Um vinho bem alemão de Wurtemberg, na Toscana Suábia, Alemanha. É uma homenagem ao médico e poeta alemão Justinus Kerner.

De cor amarelo palha bem singela, já apresenta no nariz aromas cítricos de laranjas e limão siciliano. Bem untuoso, na boca mostra toda sua germanidade com uma mineralidade exemplar. Bem seco, o álcool-14%- desaparece  na frutuosidade com nuances muito ricas de maçâs, pêras, tangerinas e melões, aqui um traço da Trollinger.

É um Riesling reforçado. Musculoso. Muito aromático. Um branco diferente, embora suave e fácil de beber. Se quiseres entendê-lo, aí é outro problema, dada sua complexidade. Vá com calma, beba-o na temperatura adequada e boa degustação.

Deixa um final curto.

Esta é a minha opinião.