segunda-feira, 29 de junho de 2015

CAMPOS DE CIMA ASSINATURA 2014

CAMPOS DE CIMA ASSINATURA 2014
FlávioMPinto
Que quando apanhei a garrafa do Campos de Cima Assinatura 2014, na Vinho&Arte, Porto Alegre,  já pressentia algo de maravilhoso, é um fato.
Que a Campos de Cima de Itaqui não está para brincadeiras, também.
 Mesmo sendo uma vinícola muito nova, já alça voos bem altos e de extrema qualidade, colhendo resultados significativos, principalmente nos seus espumantes.
Agora nos brinda com o Assinatura 2014, um belíssimo assemblage de cor púrpura forte, aromas também fortes de frutas vermelhas e flores, lágrimas pronunciadas informando seu teor alcoólico de 13 % e sua untuosidade indicando possibilidade de guarda.
Já havia degustado, isoladamente,  os três vinhos da vinícola que compõem o blend: Malbec, Tannat e o Shiraz, mas juntos foi uma agradável surpresa.
Três uvas que se adaptaram magnificamente bem no terroir de Itaqui, na região do pampa gaúcho, dando mostras de mais um área vitivinícola descoberta, reafirmando o potencial da Campanha.
Sabores mentolados, de tabaco e de flores nos levam a complexos vinhos europeus muito diferentes dos varietais sul-americanos. Mais rico em tudo, sabores, aromas, estrutura, o Campos de Cima Assinatura 2014 nos mostra um horizonte aberto a quem deseja conhecer bons vinhos. Não se amansa fácil nem com uma curta decantação.
É um vinho europeu encorpado e jovem feito no Pampa gaúcho preservando as melhores características das uvas do blend, como o apimentado da Shiraz que nos leva ao Vale do Rhône, os aromas e sabores de terra e chocolate da Malbec e a tanicidade e força da Tannat.
Destacamos também violetas, hortelã e baunilhas nos aromas e sabores.
Um vinho potente com notas de aniz num retrogosto agradável e muito diferente.
O casal Ayub está de parabéns.
Esta é a minha opinião.
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quarta-feira, 24 de junho de 2015

BAREFOOT ZINFANDEL 2011

BAREFOOT ZINFANDEL 2011
FlávioMPinto
Um vinho californiano sem similares por essas bandas. Apenas a Almadén andou produzindo vinhos com essas uvas na década de 80 passada. A mais conhecida e consumida é a Primitivo italiana, sua irmã gêmea, da Puglia.
De cor púrpura pálida, até meio opaca, mais parecendo um rosé escuro, exalando poucos aromas.
Na boca surgem sabores de ameixas, frutas secas, amoras.
Taninos bem domados, teor alcoólico-13%- não passa ao conjunto, gerando relativa harmonização.
Deixa um retrogosto curto e pouco marcante.
Esta é a minha opinião.
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terça-feira, 23 de junho de 2015

ESPUMANTE CAMPOS DE CIMA NATURAL EXTRA BRUT

ESPUMANTE CAMPOS DE CIMA NATURAL EXTRA BRUT
FlávioMPinto
Não é á toa que a Campos de Cima, vinícola de Itaqui, anda ganhando prêmios mundo afora. Já possui galardão internacional por seus feitos. Os espumantes são os que mais se destacam.
O Extra Brut é um espumante de cor amarelo palha com reflexos dourados. Perlage fina, consistente.
Aromas cítricos bem presentes, já antevendo a presença da Chardonnay. Na boca a rainha das uvas brancas se manifesta como um todo, com seus sabores inconfundíveis. Apresenta ainda o indelével sabor das nozes.
Uma boa efervescência acompanha cada gole.
Apresenta uma boa acidez que enche a boca.
Deixa um retrogosto bem agradável e duradouro.
Esta é a minha opinião.
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segunda-feira, 22 de junho de 2015

SALTON CLASSIC RESERVA ESPECIAL MERLOT 2012

SALTON CLASSIC RESERVA ESPECIAL MERLOT 2012
FlávioMPinto
Um vinho que não parece ter sido feito com uvas da Serra Gaúcha. Um Merlot suave, perfumado, se aproximando dos vinhos feitos na margem direita do Gironde. Um belo trabalho dos enólogos da Salton. Se bem que lá são assemblages e aqui varietais. Uma sensível e tremenda diferença. Não dá para comparar. Mas o que gostaria de ressaltar é a presença da Merlot nesse Salton Reserva Especial.
De cor púrpura, com pouco brilho, típica da cepa, não possui arestas, sendo fácil de beber. De lágrimas pronunciadas anunciando sua untuosidade e sua capacidade de guarda.
Na boca se revela bem gastronômico, com taninos bem domados e presentes. O teor alcoólico – 13%- não passa ao conjunto. A Merlot foi muito bem trabalhada, a passagem por madeira deixou-a com sabores leves de framboesas e nozes, também um leve rastilho de amadeirado para demarcar território. Tudo bem leve.
Com forte apoio da tecnologia, com certeza, foi conseguido um vinho de alta qualidade, mas de apelo comum. Uma ótima relação de custo-benefício permite que esse produto chegue aos iniciantes do vinho nas gôndolas dos principais supermercados.
Um vinho harmônico e equilibrado, se bem que com uma uva só não é tarefa difícil para um enólogo compatibilizar. Ainda mais auxiliado pela tecnologia , hoje á disposição.
Esta competência da Salton, juntamente com os novos terroirs da região da Campanha, trará muitas alegrias ao universo vitivinícola gaúcho e brasileiro nos tempos que estão por vir, porque nessa região as condições são naturais para produção de vinhos finos, dispensando grande parte da tecnologia empregada para melhoria e correção na vinificação das uvas na Serra gaúcha. Este produto é uma mostra, embora a vinícola produza outros de real destaque como o Talento, assim como os da linha Exclusividade , também tintos de exceção.
Um vinho competente, sóbrio, elegante e diz a que veio para quem quer conhecê-lo e entendê-lo.
Não ouço muitos comentários sobre esse vinho, mas quem sabe, uma mudança de rótulo para um padrão francês, não seja a resposta que falta ao seu reconhecimento. Um toque mais clássico sem deixar de lado os outros excelentes produtos da vinícola. O preto deixa-o um tanto soturno. Que tal?
No mais, um final que não surpreendeu: longo e prazeroso, bem cálido e harmonioso. Um grande final.
Esta é a minha opinião.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

CHILE NA FUNDAÇÃO ECARTA

CHILE NA FUNDAÇÃO ECARTA
FlávioMPinto
Em 11 de junho de 2015, o Núcleo Cultural do Vinho da FUNDAÇÃO ECARTA-Porto Alegre, reuniu-se para mais uma noite de degustação.
E foram os chilenos os atores apresentados pelo enólogo Amilton Leal, da Importadora Mistral   . O despertar dos ouvintes dadas as qualidades do apresentador colaboraram para o brilhantismo da palestra.
O Chile, maior fornecedor de vinhos no mercado brasileiro superando até os nacionais, se fezx presente com cinco vinhos que demonstraram cabalmente porque aquele pequeno país é o maios parceiro brasileiro. Se bem que aí, a meu ver, tem uma enorme penalidade aos produtores brasileiros: os vinhos chilenos são negociados aqui sem um imposto sequer e os nacionais pagam até, pasmem,  60%!
Pela qualidade que apresentam os vinhos chilenos não necessitam desta tremenda colher de chá, mas são acordos feitos por burocratas que não conhecem o mercado de vinhos e aí...Tudo proposto por brasileiros, diga-se.
A meu ver, os chilenos foram os vinhateiros que mais progrediram no mundo nos últimos anos. Em termos de qualidade e produção. Inúmeras vinícolas chilenas já estão com alcance mundial, como Concha Y Toro, Casa Lapostelle e Viña Montes. A qualidade não fica devendo nada aos melhores produtores mundiais, apenas perdem em tradição.
A produção abrange desde vinhos de consumo rápido como longevos.
Foram degustados os seguintes vinhos na noite:
- Santa Álvara Merlot 2012, da Casa Lapostelle- vinho elaborado sob a égide de Michel Rolland, reconhecido enólogo mundialmente. Oriundo do Vale do Rapel, é um Merlot feito ao estilo francês. Elegante, refinado, aristocrático;
- D’Alamel Carmenére 2012- também da Casa Lapostelle- um vinho refinado feito em homenagem ao patriarca da família , Cyril Dalamel Bournet, com a supervisão do enólogo francês Jacques Begarie. Um vinho, como a maioria dos chilenos, bem comercial e fácil de se gostar e beber, visto que já vem pronto para o consumo. É um Carmenére feito de modo biodinâmico no Vale do Colchagua;
- Carmen Classic Syrah 2010- um clássico de uma das mais disputadas e tradicionais vinícolas chilenas- a Vinícola Carmen. É do Vale do Maipo, uma das mais tradicionais regiões produtoras.
Um vinho que demarca território, Deixa marcas fortes por onde passa. Inesquecível.
- Viña Montes Cabernet Sauvignon 2012- A Viña Montes é outra vinícola peso pesado do time chileno onde ressalta a qualidade indiscutível dos seus produtos, para os quais buscam inspiração no Médoc para produzi-los. Esse vinho é um verdadeiro achado dentre o rol de produtos da Viña Montes, pois alia um custo benefício muito bom. Um vinho saboroso, potente, elegante, aromático, faz parte do grupo dos melhores da América do Sul. Encorpado e com sabores de violetas que fazem  a imaginação voar longe.
- Viña Montes Malbec Reserva 2012- Um Malbec diferente do argentino, mais fresco e elegante, não deixando de ser encorpado e marcante. Um vinho simplesmente divino. Seus 14% de álcool passam despercebidos. É do Vale do Colchagua e passou por carvalho por seis meses.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

FEIRA DE VINHOS GAÚCHOS 2015

FEIRA DE VINHOS NO GASÔMETRO-PORTO ALEGRE
FlávioMPinto
Como anualmente faço, compareci a Feira de Vinhos Gaúchos no Gasômetro- Porto Alegre, durante a semana dos vinhos gaúchos de 3 a 7 de Junho.
Sempre sigo um roteiro: num dia degusto espumantes, noutro brancos e no último os tintos. Converso com um atendente das vinícolas, converso com outros, sempre procurando aspectos interessantes sobre seus produtos. Os dois primeiros dias não foram agradáveis: chuva e frio,mesmo em local coberto,  bem de acordo com o tradicional inverno gaúcho, mas nos demais o tempo limpou e as visitas foram mais agradáveis. A presença de público foi significativa.
Pouco mais de 20 vinícolas se apresentaram,  num universo bem mais vasto de vinícolas gaúchas. Talvez tenham se afastado pelos preços cobrados para exposição dos produtos. Ou o espaço não abrigava mais estandes? Não basta pagarem 60% de impostos sobre o vinho? O que a IBRAVIN tem a dizer sobre isso?
Bom, mas vamos ao que interessa.
Quanto aos espumantes, pouca oferta e podemos destacar os produtos da Guatambu, muito a frente da concorrência em termos de qualidade. A vinícola de Dom Pedrito se apresentou muito bem. Os três principais, o Rosé Brut, o Nature e o Extra Brut deram um banho nos adversários. Ambos muito delicados, elegantes, fazem par também com os deliciosos e premiadíssimos espumantes da Campos de Cima, de Itaqui.
Dos brancos, nenhum me chamou a atenção. Em geral, se mostraram insípidos, pouco significativos nas amostras levadas á feira, com exceção do Terrasul Chardonnay 2014, de Pinheiro Machado, que embora jovem, deixou boa impressão.
Quanto aos tintos, como a separar as crianças dos adultos, a concorrência era maior  e mais uma vez as vinícolas da Campanha se destacaram. Tanto a Guatambu como a Nova Aliança/Santa Colina , de Livramento,  apresentaram com galhardia seus tintos com destaque para os Tannats, Merlot e Cabernet Sauvignon. A Guatambu nos brindou com um belíssimo assemblage de Tannat-Cabernet Sauvignon -Tempranillo, da linha Da Estância, uma grata surpresa, pois esta uva, a queridinha da Espanha,  aos poucos vai mostrando sua real adaptação ao terroir dos Pampas e gerando ótimos varietais e assemblages, e a vinícola parece estar investindo nela. A Santa Colina apenas confirmou a excelência do terroir de Livramento com seus tintos corretos.
 Infelizmente não pude degustar o Origem e o Assinatura, dois tintos dos novos lançamentos da Campos de Cima, por não estarem disponíveis para degustação.
Do saldo geral da feira, podemos destacar, e muito, a presença e a qualidade dos vinhos da Campanha que aos poucos vão ocupando lugar de valor na vitivinicultura brasileira.
Bom futuro os espera.

sábado, 6 de junho de 2015

SEMANA DO VINHO NA CAMPANHA EM 2015

SEMANA DO VINHO NA CAMPANHA EM 2015
FlávioMPinto
Fui para Livramento na semana passada com a vã esperança de participar de alguma atividade relativa  ao vinho.
E fui brindado com o fechamento da Cave dos Vinhos da Campanha, pequena e vistosa loja que vendia os vinhos da região da Campanha. Conversando com um conversando com outro, não encontrei motivação suficiente para o fechamento que não fosse o descaso e preguiça em fomentar atividades de marketing, que por si só elevam a marca da região da Campanha Brasil afora. Situada bem no centro de Livramento, num ponto estratégico de passagem de turistas, concorria com a qualidade dos seus produtos aos preços baixos de vinhos dos freeshops, muitos de qualidade duvidosa. Uma verdadeira concorrência desleal , principalmente para quem não conhece o universo dos vinhos e tem dificuldade de escolha.
Perde a região da Campanha um excelente ponto de divulgação dos seus produtos. Assim como estavam previstas atividades ligadas ao vinho em toda região, mas em Livramento, onde a maioria da vinícolas estão instaladas nada foi feito. Absolutamente a semana do vinho passou em branco. A Campos de Cima e Guatambu optaram por participar das atividades em Porto Alegre.
Não sei o que se passa pela cabeça da cúpula dos produtores de vinhos da região da campanha, mas acredito que perderam mais uma ótima oportunidade de promoverem seus produtos. Talvez tenham feito algo, mas tão escondido que ninguém soube.