segunda-feira, 19 de maio de 2014

ALMA BASKA 2012


ALMA BASKA 2012

FlávioMPinto




A comunidade basca de Sant’Ana do Livramento nos brinda com um belo vinho. A etnia, vinda da Europa fruto da diáspora basca, radicou-se em Livramento nos dando famílias importantes no crescimento e desenvolvimento da cidade.  Asconavietas, Yrigoyens, Escosteguys, Damboriarenas, Etchechurys, Etchepares, e outras tantas famílias bascas que deixam seu nome demarcando a história santanense com seu trabalho e camaradagem.

E agora, no vinho, deixa sua marca com a família Escosteguy nos brindando com o Alma Baska, um assemblage tinto de Tannat e Arinarnoa engarrafado pela Vinícola Rio Velho de Rosário do Sul. E  já nos trás a novidade: a Arinarnoa, um cruzamento de Merlot e Petit Verdot, criado em Bordeaux a pouco mais de  50 anos. Uma uva com taninos potentes.

 A combinação da Arinarnoa, que já faz  sucesso na região da Campanha, por sua adaptabilidade e rendimento, com a Tannat, dá um belo assemblage, combinando as duas uvas potentes. Os taninos não são potencializados no blend e sim se arredondam incrivelmente nos dando um vinho untuoso, suave e fácil de beber. Como se vê nas suas insistentes lágrimas. Mesmo com os 13% de álcool.

De cor violácea clara, apresenta um bouquet suave de frutas como morangos e também de framboesas. É cálido e enche a boca.

Não é um vinho complexo, mas diferenciado no seu caráter. Não possui aromas nem sabores de vinhos mais sofisticados, afinal é um vinho de certa forma comum. Mas nos parece ser um produto altamente gastronômico, ideal parceiro de carnes vermelhas e mesmo massas com molhos consistentes. Não passa por madeira ou qualquer tipo de correção. É um vinho na sua essência. Purista.

E nos dá um final curto, mas marcante.

Na fronteira gaúcha, fruto do boom da uva vinífera, já começam a surgir pequenas vinícolas e plantadores em pequenas quantidades e que resultam em pequenas produções de vinhos diferenciados tal qual nos países maiores produtores. São os vinhos produzidos por aficionados e não por absoluta imposição do comércio.

O Alma Baska e a Rio Velho nos trazem isso: a paixão pelo vinho e o compartilhamento com os amigos e mais chegados e vem a justificar o terroir santanense como de excelência.

Beba-o refrescado.
O Alma Baska não é encontrado no comércio. Infelizmente. Mas indica o caminho da vitivinicultura da fronteira.
Esta é a minha opinião.

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