segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

TERROIR

TERROIR
FlávioMPinto
Nome muito conhecido no mundo dos vinhos, indica uma região específica dando origem a vinhos únicos e inéditos. 
Relaciona clima e geologia local gerando um universo distinto e característico. Exclusivo. São áreas pequenas,  e  seus frutos são impecáveis por sua qualidade( o terroir do Romanée Conti, na Borgonha, é de 2,3 hectares e produz um dos vinhos mais caros do planeta).
O universo dos vinhos baseia-se na exclusividade, pois vinho é uma bebida que não se bebe: degusta-se , sorvendo cada gole com as características  locais lembrando-se até da história. Aí entra o terroir como aspecto que faz a diferença. 
Os borgonheses já estão classificando um terroir mais qualificado e específico e o chamam de “climat”, englobando até o modo de plantio e modo de vida dos habitantes da região. Daí estão proliferando os vinhos orgânicos e os biodinâmicos, para o gáudio dos puristas.
Vinhos finos rimam com sofisticação, aristocracia, bom gosto, classe. Na França, berço maior dos mais famosos terroirs do planeta,  chama-se o vinho não pela cepa e sim pelo terroir. Quem não conhece e degustou um Bordeaux, um Graves, um Margaux, um Pomerol, um Sauternes ou mesmo um Tokaji hungaro?  O produto desses terroirs carrega a uva que o distingue. Até os assemblages são reconhecidos e chamados pelo nome do terroir!
A primeira AOC- Appellation d’Origem Controlée francesa foi  a Châteauneuf du Pape, um mix de 13 uvas, sendo 3 obrigatórias( Carignan, Mourvédre e Cinsault), que os produtores do Vale do Rhône chamam de “partitura musical”, como a relembrar as 13 notas musicais( são as sete mais as 6 semi). É chegar numa restaurante e pedir um Châteuneuf e não um blend de Carignan, Syrah, Mourvédre e outras!
No Brasil, chamado de Novo Mundo, no linguajar vinícola., ainda impera o caráter Varietal, ou seja, vinhos de uma uva só e não plenamente identificadas com o local, embora já tenhamos indícios de clara identificação. A uva Merlot é a que produz os melhores vinhos da Serra gaúcha, na Campanha se destacam a Tannat e as brancas, na região de Garibaldi o destaque são as brancas para os espumantes consagrados mundialmente. 
O terroir é isso: uma identificação inconteste do produto com a terra.


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