sexta-feira, 18 de novembro de 2011

VINHAS DA LAGOA CABERNET SAUVIGNON 2007

VINHAS DA LAGOA CABERNET SAUVIGNON 2007
FlávioMPinto
Sempre falo que a cada dia surgem novas vinícolas no Rio Grande e nos surpreendendo com seus vinhos. E terras novas descobertas e novos terroirs vão surgindo e mostrando o valor da terra gaúcha, agora fora da área  tradicional Serra, para a vitivinicultura.
Sérgio Veloso Ferreira, produtor de arroz em Tapes-RS, numa propriedade á beira da Lagoa dos Patos, ante a inconstância do arroz, decidiu procurar outros produtos de maior valor agregado. E aí surge o vinho. Não tinham qualquer experiência fora a cultura do arroz. Começaram literalmente do Zero. Nem acreditavam que a terra fosse produzir uvas. E a partir de 26 de dezembro de 2000, com as primeiras mudas, foram em busca do seu sonho. Tudo novo desde a experiência dos enólogos na área. E conseguiram: surge na beira da Lagoa dos Patos, em Tapes, na Fazenda Santana, o mais novo terroir gaúcho, produzindo vinhos que parecem já haver nascido ali.
Produzem, por enquanto, um Rosé feito de Merlot e Cabernet Sauvignon, fruto de reduzido contato das cascas com o mosto, belíssimo, um Cabernet Sauvignon e um Merlot, ambos muito distintos e um Tannat, ainda sem rótulo e não lançado no mercado, que nem parece ser vinho brasileiro e sim um orgânico francês do Languedoc  feito de Grenache Noir e Carignan, o Zoé, postado logo abaixo.
 Mais uma vez se comprova o caráter internacional das uvas produzidas.
Mas vamos nos ater ao Cabernet Sauvignon. Com um rótulo simples e objetivo, se apresenta. De cor rubi, forte, escuro, já se mostra um produto diferente. Na vinificação, o vinhateiro optou por não fazê-lo passar por barricas de carvalho nem chaptalizá-lo. As poucas lágrimas revelam seu baixo teor alcoólico-10,7%. De taninos suaves, não é agressivo e por ser pouco aromático, o resultado é um vinho que apresenta os mais puros aromas , cores e sabores da casta.
Um vinho robusto, embora pouco potente. Esta é a minha opinião.
Um vinho que já faz história.
Chaptalização é a prática que consiste na correção da deficiência de açúcar da uva com sacarose, sendo difundida por Jean Antoine Chaptal (1756-1832). Além de favorecer o equilíbrio do vinho através da elevação do grau alcoólico, a chaptalização também contribui na extração dos compostos fenólicos e aromáticos durante a maceração da uva (CHAPTAL, 1981).
Uma vista dos vinhedos da Vinhas da Lagoa-Tapes-RS

2 comentários: