quinta-feira, 23 de maio de 2013

A CASTA IDENTIDADE


 A CASTA IDENTIDADE

FlávioMPinto

Em todo terroir, nos mais diversos países, uma casta se destaca na produção de vinhos e identifica o lugar dando origem a vinhos muito distintos. Em Bordeaux, no norte, a cavaleiro do rio Dordogne pontifica a Merlot e no sul, a cavaleiro do Garône, que faz as honras é a Cabernet Sauvignon em blends exclusivíssimos.  No Rhône a Syrah ou Shiraz. Na Califórnia a Zinfandel. No Uruguai a Tannat. Na Borgonha a Chardonay nas brancas e a Pinot Noir nas tintas. A Baga na Bairrada em Portugal e a Touriga Nacional no Dão. A Sangiovese na Toscana. Ainda a Tempranillo nos terroirs espanhóis da Ribera Del Duero e Rioja.

Uma identificação que define o caráter do produto feito naquelas paragens. Uma casta ícone que puxa a produção e a personalidade dos vinhos produzidos. Quem dita isso é o terroir. É o terreno com seu clima e características geológicas.

O Brasil, que produz vinhos recentemente, comparando com os grandes centros, ainda não identificou qual uva se dá melhor em cada terroir, embora tenha-se indícios de tal.

O que nos parece, é que no Brasil, se quer produzir todo tipo de uva em qualquer terroir sem se preocupar com a identificação da casta com o lugar.

Os nossos terroirs são ecléticos produzindo com a mesma intensidade e qualidade todas as castas? Absolutamente não.

Sempre uma casta se destaca , informando que ali se deu bem. Não temos uvas autóctones, mas uvas internacionais de grande aceitação nos terroirs brasileiros.

Basta ver a produção e aceitação da Tannat nas tintas na região da Campanha gaúcha assim como a Chardonay nas brancas. As tintas Merlot e Cabernet Sauvignon também estão nessa briga.

A identificação da uva líder qualifica o terroir, dignifica o público consumidor e apreciador da marca prestigiando-o, identificando-o.

“Vou beber um Palomas!” Visionariamente a Almadén já prenunciava isso nominando seus vinhos com o nome do terroir como bem fazem os franceses. Era o Rosé de Palomas, o Blanc e o Rouge de Palomas, vinhos que não deixavam dúvidas quanto á casta que o compunha.

A íntima ligação da casta com o terroir dá o nome ao vinho e como é bom chamar o vinho pelo nome!

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