quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A VITIVINICULTURA CHILENA

A VITIVINICULTURA CHILENA
FlávioMPinto
Até pouco tempo atrás não tomava vinhos chilenos por preconceito. Não gosto da maneira como os vinhos chilenos atacam mercado brasileiro. Um acordo, pasmem, feito por iniciativa de políticos brasileiros, isentou de tarifas a entrada dos chilenos e argentinos no Brasil, ao mesmo tempo em que carimbava os nacionais em 60% de impostos! Quase destruiu a indústria brasileira de vinhos e espumantes. Não tem concorrência que segure e os vinhos chilenos e argentinos, hoje,  são donos das gôndolas de supermercados e prateleiras de lojas especializadas de norte a sul por seu preço.
Mesmo assim os vinhos nacionais sobrevivem, corajosamente, com uma qualidade que cresce a cada dia.
Mas vamos falar dos chilenos. O general Pinochet, o homem que lançou as bases do Chile de hoje com uma visão de estadista ímpar: importou uma grande quantidade de enólogos franceses e os distribuiu no Chile afora. O resultado daquela escolha estratégica está sendo colhida agora com o Chile se enquadrando nos melhores mercados mundiais de produtores de vinhos. Vinhos que concorrem com os melhores das melhores regiões.
Quem já degustou um Purple Angel? um vinho Cousiño Macul? ou um da vinícola Leyda? os da linha Casillero del Diablo? ou um Anakema? ou um Marques de Casa Concha? um distintíssimo Lapostolle? ou um Errázuris? o que dizer de um Montes Alpha e os outros produtos da Viña Montes? um delicadíssimo Almaviva ou um Don Melchor?
São todos vinhos da mais alta qualidade, brancos, tintos e rosés, que elevam o padrão dos produtos chilenos aos mercados consumidores de vinhos mundo afora. As castas são as menos importantes, pois todas são muito bem vinificadas. Destaca-se, é claro, a Carmenére, a queridinha e ícone do país, descoberta por um dos enólogos importados por Pinochet. Esse enólogo, estando na vinícola Carmen, observou que os chilenos vinificavam uma uva e a chamavam de Merlot tardia, pois amadurecia tempos após aquela casta internacional. Pois bem, sua observação levou ao Chile  a descoberta da Carmenére, uva de Bordeaux que havia “fugido”da filoxera, lá por 1860 na Europa, frutificou  e aclimatou-se muito bem nas terras andinas. Vejam Carmenére e Viña Carmen, que coincidência, como quase tudo no mundo dos vinhos.
Para controle, comparem a atitude do general presidente chileno e a dos dos políticos brasileiros!
Independente da concorrência predatória que fazem no nosso mercado, não podemos esquecer da alta qualidade dos produtos chilenos para satisfazer o nosso paladar.
Os vales produtores chilenos já constam dos anuários mundiais como as áreas famosas de Bordeaux: Elqui, Colchagua, Cholqui, Leyda, Maipo, Casablanca, Maule e outros. São terras especialíssimas para o cultivo das mais variadas espécies de uvas.
Para chegar ao nível dos franceses é só questão de tempo!
Que os excelentes vinhos chilenos tenham o destaque que merecem, mas não as custas do sacrifício da indústria vinícola brasileira!

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