sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O PAPA QUE VIROU GRIFE DE VINHOS

O PAPA QUE VIROU GRIFE DE VINHOS
FlavioMPinto

Felipe IV, o Belo(1268-1314),  rei da França(1285-1314), desejava mais do que o poder absoluto, tal qual uma personagem política brasileira atual que tão bem conhecemos. Não admitia ser contrariado e cercou-se de fiéis seguidores. Um deles era Guilherme de Nogaret, seu guarda selos, equivalente hoje ao ministro da Justiça. Para o poder absoluto, gastavam o que não podiam e ficaram devedores dos banqueiros lombardos, depois dos judeus e por fim, dos Templários. Eram propriedades e dinheiro o que deviam. Contra os banqueiros agiram ferozmente atacando-os com as mais diversas calúnias e confiscando seus bens com impostos sobre o clero. Expulsaram-os da França e, por conseguinte, consideraram suas dívidas pagas. Já com os Templários a coisa seria diferente. Estes deviam obediência somente ao Papa e Felipe vislumbrou, e conseguiu, colocar um nome seu no Vaticano: Bertran de Got, arcebispo de Avignon, que assume como Papa Clemente V, e transferindo a sede da Igreja do Vaticano para Avignon.

E assim, o arcebispo de Avignon, Bertran de Got, numa troca de favores com o rei, chegou ao papado como Clemente V e iniciou junto com Nogaret, guarda-selos do rei, o equivalente a ministro da Justiça, uma implacável perseguição áqueles seus credores.
No dia 12 para 13 de outubro de 1307, as propriedade dos Templários na França foram invadidas por soldados do rei e seus integrantes levados a julgamento com toda sorte crimes forjados por Nogaret. Esse processo inquisitório durou anos e culminou com milhares de templários mortos e a morte na fogueira de seu Grão –Mestre Jacques de Molay em 18 de março de 1314.O Papa relutava em condenar os Templários e, num golpe de mão, seguidores de Felipe seqüestram De Molay da prisão onde aguardava sentença e o queimam na fogueira por ordem do rei.(Brasil Templário)

A sul de Avignon, mais especificamente entre essa cidade e Orange,  começava a ser erigido um castelo para o novo Papa, o Châteauneuf-du-pape. Ele não chega a ser ocupado pelo pontífice que morre no mesmo ano da morte de De Molay.
Hoje, Châteauneuf-du-pape é uma região vinícola demarcada no Sul da França, uma AOC- Apellation de Origen Controlée- da mais alta qualidade e aceitação. É a maior grife de vinhos francesa. Abrange uma área em torno de 3200 hectares de vinhedos e integra a AOC Côtes du Rhone como um vinho regional, mas com vida própria, tal sua projeção no mercado. O vinho Châteauneuf é composto basicamente por um mix de três vitiviníferas- Mourvédre, Grenache e Cinsault e mais outras dez, perfazendo treze as admitidas. Ultimamente destaca-se na mistura, além das citadas, a Syrah.
Da tentativa frustrada de referência para a Igreja Católica passou a referência no mundo dos vinhos.

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